Cápsulas perturbadoras ‘brilhantes’ e laranjas, semelhantes a ovos de dinossauro, são descobertas em rio

por Lucas Rabello
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Uma descoberta peculiar em um canal holandês chamou a atenção de cientistas e moradores, com misteriosas cápsulas laranja e brilhantes surgindo nas águas de Utrecht. Essas formações incomuns, que lembram ovos de dinossauros, despertaram a curiosidade de especialistas e do público.

A comunidade científica rapidamente identificou essas formações estranhas como colônias de Briozoários, organismos invertebrados fascinantes que criam estruturas comunitárias complexas. Segundo pesquisas do Aquário da Baía de Monterey, essas criaturas, embora individualmente minúsculas, formam colônias impressionantes que podem abranger milhares de membros. Cada Briozoário individual, conhecido como zooide, habita um compartimento em forma de caixa, construído de carbonato de cálcio e quitina – o mesmo material encontrado em cascas de caranguejo. Esses zooides são notavelmente pequenos, medindo apenas cerca de 0,8 milímetros de altura.

A família dos Briozoários é notavelmente diversa, abrangendo aproximadamente 4.000 espécies diferentes em todo o mundo. Esses organismos possuem mecanismos de defesa impressionantes, incluindo pequenas pinças móveis chamadas aviculárias, que usam para remover colonizadores indesejados de sua colônia. Uma de suas características mais interessantes é a capacidade de regeneração – se um fragmento se desprender da colônia principal, ele pode se estabelecer e crescer em uma nova colônia.

As cápsulas laranja "brilhantes" foram encontradas recentemente (Lies Konig/Stadecologen Utrecht).

As cápsulas laranja “brilhantes” foram encontradas recentemente (Lies Konig/Stadecologen Utrecht).

O que torna essa descoberta particularmente intrigante é sua localização. Enquanto os Briozoários normalmente habitam florestas de algas e áreas costeiras rochosas, sua aparição em um canal holandês deixou os cientistas em busca de explicações. A ecologista local Anne Nijs expressou surpresa com a descoberta, destacando sua natureza sem precedentes nos Países Baixos.

“A estrutura se desenvolve à medida que múltiplos animais se juntam”, explicou Nijs ao AD. “Eles inicialmente formam uma colônia, e diferentes colônias podem se fundir ao longo do tempo. Essas formações podem atingir até 2 metros de diâmetro, normalmente se ancorando a superfícies próximas.”

Um briozoário de ferrugem vermelha sob o píer Stearn's Wharf em Santa Bárbara.

Um briozoário de ferrugem vermelha sob o píer Stearn’s Wharf em Santa Bárbara.

As cápsulas laranja geraram um interesse significativo devido à sua aparência inusitada, embora Nijs tenha assegurado ao público que elas não representam ameaça ao meio ambiente ou à saúde humana. A presença das colônias nos canais de Utrecht levanta questões interessantes sobre as mudanças nos ecossistemas aquáticos e padrões de distribuição de espécies.

Os cientistas estão atualmente investigando como esses organismos tipicamente marinhos acabaram no sistema de canais de Utrecht. Esta descoberta inesperada amplia nosso entendimento sobre a adaptabilidade e os padrões de distribuição dos Briozoários, destacando o potencial para descobertas biológicas surpreendentes, mesmo em ambientes urbanos bem estudados.

A comunidade científica continua a monitorar essas colônias, coletando dados sobre seu comportamento e adaptação a este habitat incomum. Sua presença nos canais de Utrecht pode fornecer insights valiosos sobre a capacidade desses organismos de colonizar novos ambientes e sua resposta a condições ecológicas em mudança.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.