Câmera que buscava Monstro do Lago Ness, perdida há 55 anos, é finalmente recuperada a quase 180m de profundidade com fotos misteriosas

por Lucas Rabello
163 visualizações

Há mais de nove décadas, o Lago Ness, na Escócia, se tornou um ícone global graças a um mistério que desafia explicações: a lenda de Nessie, a criatura enigmática que supostamente habita suas águas escuras. Agora, uma descoberta recente traz à tona um capítulo quase esquecido dessa busca. Uma câmera submersa há 55 anos foi resgatada das profundezas do lago, revelando detalhes curiosos sobre as primeiras tentativas de desvendar o enigma.

O equipamento, identificado como uma Kodak Instamatic, foi localizado a impressionantes 180 metros de profundidade por um robô submarino do National Oceanography Centre (NOC), do Reino Unido. Surpreendentemente, a câmera ainda estava protegida por uma caixa estanque e em condições funcionais, apesar de ter passado mais de meio século submersa. Acredita-se que ela fazia parte de um projeto pioneiro de fotografia subaquática liderado pelo professor Roy Mackal, da Universidade de Chicago, em 1970.

As fotos mostram como é o Lago Ness, mas parece que o monstro é tímido diante das câmeras (NOC)

As fotos mostram como é o Lago Ness, mas parece que o monstro é tímido diante das câmeras (NOC)

Mackal, membro do extinto Loch Ness Investigation Bureau, dedicou anos à investigação do monstro lendário. Em 1970, ele instalou seis câmeras ao redor do lago, estrategicamente posicionadas para capturar movimentos suspeitos. Três delas foram perdidas durante uma tempestade, mas a câmera recuperada agora sobreviveu ao tempo graças ao seu invólucro resistente. O mecanismo era engenhoso: acionado por um sistema de corda com isca, o dispositivo disparava quatro fotos automáticas usando um cubo de flash integrado sempre que a linha era puxada.

Embora as imagens reveladas do filme estejam desbotadas e embaçadas, elas oferecem um vislumbre do ambiente subaquático do lago na década de 1970. Nenhuma das fotos, porém, mostra indícios de uma criatura desconhecida. Apesar disso, o achado é considerado valioso para entender a história das expedições científicas na região. Adrian Shine, líder do Loch Ness Project, ressaltou a importância da proteção da câmera: “É notável que a caixa tenha mantido o equipamento seco por tanto tempo, sob pressão e na escuridão do lago”.

Uma das fotos recuperadas da armadilha.

Uma das fotos recuperadas da câmera.

Após a recuperação, a câmera e o filme foram doados ao The Loch Ness Centre, em Drumnadrochit, onde se tornarão parte de uma exposição permanente. O local, que já recebe milhares de visitantes anualmente, busca preservar a história das investigações sobre Nessie. Nagina Ishaq, gerente geral do centro, destacou: “Estamos comprometidos em continuar a busca e desvendar os mistérios do lago. Esta câmera é um testemunho da persistência humana em explorar o desconhecido”.

A lenda do monstro ganhou força em 1933, após relatos de um casal que afirmou ter visto uma “criatura colossal” nas águas. Desde então, cientistas, caçadores de mitos e curiosos se alternam entre ceticismo e fascínio. A câmera de Mackal representa uma das primeiras tentativas de usar tecnologia para resolver o enigma, antecedendo até mesmo o sonar e as câmeras modernas.

Adrian Shine com a armadilha fotográfica do Lago Ness.

Adrian Shine com a armadilha fotográfica do Lago Ness.

Embora Nessie continue tão esquiva quanto sempre, o resgate desse equipamento histórico reacende o interesse pelas expedições passadas e futuras. Quem sabe quais outros segredos repousam nas profundezas do Lago Ness, esperando para emergir? Por enquanto, a câmera de 1970 permanece como uma relíquia silenciosa, testemunha de uma busca que ainda não chegou ao fim.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.