Em uma reviravolta inesperada de significância histórica, objetos do cotidiano usados para manter portas abertas se revelaram artefatos valiosos, valendo milhões. A descoberta mais recente envolve um busto de mármore comprado pelo Conselho Municipal de Invergordon em 1930 por meros 6 dólares – equivalente a aproximadamente 500 dólares na moeda de hoje.
O busto, que retrata o político John Gordon, foi criado pelo renomado escultor francês Edmé Bouchardon em 1728, durante o ‘Grand Tour’ de Gordon pela Europa. “Só em 1998 alguém reconheceu o busto sendo usado para manter aberta a porta de um galpão em um parque industrial”, relatam historiadores locais. Esta obra-prima, que sobreviveu a um incêndio em um castelo no século XIX, foi recentemente avaliada em impressionantes 3,2 milhões de dólares. O comprador internacional que adquiriu a peça se ofereceu para fornecer à cidade uma réplica de qualidade de museu para exibição.
Mas este não é o único caso de itens valiosos servindo como humildes paradores de porta. Em outra situação, Thelma Bonnett, do Reino Unido, descobriu que a lembrança de seu avô da Primeira Guerra Mundial era, na verdade, uma granada de morteiro ativa. “Quando eu era jovem, cinco de nós, crianças, brincávamos com ela. Não acho que ele a teria trazido se soubesse que estava ativa”, ela contou ao Daily Mail. A situação perigosa só veio à tona quando um vizinho preocupado alertou as autoridades após ver o objeto segurando a porta da frente.
A lista de paradores de porta valiosos continua com um fazendeiro que, sem saber, usou um meteorito avaliado em 100 mil dólares para manter sua porta aberta. Em outro caso, uma família usava rotineiramente o que se revelou ser um vaso de porcelana chinês avaliado em 1,25 milhão de dólares para segurar a porta aberta.
A jornada do busto de Bouchardon é particularmente intrigante. Apesar de ter sido adquirido pela autoridade escocesa há quase um século, nunca chegou ao local de exibição pretendido na prefeitura. Em vez disso, desapareceu por décadas até sua descoberta inesperada como um prático parador de porta em um cenário industrial.
A criação da escultura remonta a uma época em que jovens ricos comumente embarcavam em ‘Grand Tours’ pela Europa, uma prática que lhes permitia adquirir cultura, arte e sofisticação. A visita de Gordon a Roma em 1728 resultou nesta retratação magistral por Bouchardon, embora nem o sujeito nem o artista pudessem prever seu futuro papel como um simples parador de porta.
A sobrevivência do busto através de vários desafios, incluindo um incêndio em um castelo e seu uso mundano como parador de porta, acrescenta outra camada à sua rica história. Sua recente venda por 3,2 milhões de dólares marca o fim de sua jornada como ferramenta prática e o início de seu devido reconhecimento como uma peça significativa da história da arte.