Burj Al Babas poderia ser o cenário de um conto de fadas assustador, localizado na região noroeste de Bolu, na Turquia. Esta cidade fantasma, estendendo-se por 101 hectares, já foi avaliada em impressionantes 200 milhões de dólares. Imagine isto: mansões retiradas diretamente de um filme da Disney — pense em “Enrolados” ou “Cinderela” — exceto que, não há ninguém em casa.
O grande plano? Uma vila de fantasia completa com um centro comercial, um parque aquático repleto de escorregadores e correntezas, e luxuosas piscinas internas, banhos e saunas. Os desenvolvedores começaram em 2014, com o objetivo de concluir dentro de quatro anos. Mas os sonhos colidiram com a realidade, e até 2018, apenas 60% das casas estavam de pé, inacabadas e vazias.
Os preços dessas casas de luxo variavam de cerca de 370.000 a 530.000 dólares. Inicialmente, houve interesse, casas foram vendidas, principalmente para compradores de países do Golfo. No entanto, à medida que as vendas diminuíram, os problemas financeiros aumentaram. Até 2018, os desenvolvedores, Sarot Properties Group, enfrentaram um beco sem saída financeiro e declararam falência.
Mehmet Emin Yerdelen, presidente da Sarot Properties, foi franco sobre a queda. “Não conseguimos receber cerca de 7,5 milhões de dólares de recebíveis pelas vilas que vendemos para países do Golfo. Nós pedimos proteção contra falência, mas o tribunal decretou a falência. Vamos recorrer da decisão”, disse ele ao Hurriyet Daily News. Apesar das circunstâncias adversas, Yerdelen permaneceu esperançoso: “O valor total do projeto é de cerca de 200 milhões de dólares. Ainda temos 250 vilas completas e prontas para serem vendidas. Vender apenas 100 delas seria suficiente para pagar as dívidas e completar o projeto. Acreditamos que superaremos a crise em quatro ou cinco meses. Estamos planejando abrir parcialmente as instalações em 2019.”
O projeto Burj Al Babas não apenas chamou a atenção por sua estética única e status de cidade fantasma, mas também gerou controvérsias ambientais. Críticos argumentaram que o desenvolvimento em larga escala perturbou o ecossistema local e prejudicou a beleza natural da região. A área ao redor de Bolu é conhecida por suas florestas exuberantes e fontes termais, e muitos temiam que o projeto pudesse comprometer esses recursos naturais. Além disso, surgiram preocupações sobre o impacto do projeto no suprimento de água local, uma vez que cada vila deveria ter sua própria piscina e instalações de spa.
Apesar dos contratempos, Burj Al Babas continua a fascinar arquitetos e urbanistas como um estudo de caso sobre os riscos e desafios do desenvolvimento imobiliário em grande escala. Alguns veem o projeto como um exemplo dos perigos da especulação imobiliária desenfreada e do planejamento urbano inadequado. Outros, no entanto, argumentam que com o planejamento e financiamento adequados, o conceito poderia ter sido bem-sucedido, oferecendo uma experiência única de vida e turismo. I
Avançando para hoje, Burj Al Babas é mais uma curiosidade turística do que uma comunidade movimentada. A área ainda está pontilhada com restos de construção e mais de 530 casas inacabadas. Os visitantes costumam passear, capturando a cena assustadora, porém fascinante, do que poderia ter sido um final de conto de fadas. O silêncio é profundo aqui, interrompido apenas pelo ocasional clique de uma câmera capturando este monumento incomum à ambição e ao fracasso.
1 comentário
Um erro gigante: CASTELOS PRECISAM DE JARDINS E PRIVACIDADE, ainda mais se forem feitos para moradores ricos. Este condomínio ficou com cara de Pombal, portanto não vai encantar a classe que ostenta luxos, faltou o básico.