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Brinicle, o dedo gelado da morte

Luciana Calogeras

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Os oceanos podem trazer à tona um universo de possibilidades devastadoras. E esse é o caso de Brinicle: o dedo gelado da morte.

Já sabemos que são dos oceanos que brotam a maioria das coisas assustadoras que conhecemos ou que, alguma vez, já ouvimos falar em lendas e mitos.

De fenômenos esquisitos a seres lendários, como os Krakens a título de exemplo, podemos afirmar que os oceanos não são apenas o berço de toda a vida na Terra, como também podem ser um grande jazigo, onde vida e morte se unem através da origem ou do desaparecimento completo de muitas espécies.

Com os oceanos não se brinca: além de poderem acabar com cidades, arquipélagos e com grandes impérios, os oceanos podem trazer à tona um universo de possibilidades devastadoras, dignas até mesmo de aparecerem em filmes de terror.

E esse é o caso de Brinicle: o dedo gelado da morte.

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Brinicle é um fenômeno raro, muito semelhante a um “tornado subaquático” que ocorre em águas polares. Ele é chamado de “dedo da morte” por sua formação, que muito semelhante a uma estalactite, ou seja, um “dedo gigante”, sendo um fenômeno capaz de deixar consequências devastadoras por onde passa: o Brinicle pode congelar tudo o que há ao seu redor. Literalmente, tudo.

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O “dedo gelado da morte” foi visto pela primeira vez pela equipe da BBC que fazia uma exploração na Antártida, em 1974. Ele ocorre apenas durante o inverno polar, época em que a temperatura acima do mar cai para pelo menos -40 °C, sendo bem mais fria do que a água do oceano, cuja temperatura gira em torno dos -2°C.

Nessas condições, o congelamento da superfície da água acaba formando uma espécie de “gelo poroso” repleto de “canais internos”. Assim sendo, a água salgada do mar acaba passando por esses canais, fazendo com que a água menos fria suba e a mais fria desça, por conta de sua densidade.

O resultado é que, quando sai do “canal”, a água acaba se congelando, aumentando milimetricamente a estalactite.

Quando o mar está calmo essa formação não é quebrada e o “dedo da morte” vai crescendo ao ponto de tornar-se autossuficiente, até chegar ao fundo do mar. Nesse processo e já sob a forma de um raio de gelo gigante, vai congelando seres que não conseguem escapar, como as estrelas-do-mar por exemplo. Ao atingir o fundo do oceano, começa a criar um rastro assustador, como um imenso “rio de gelo”.

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Para se ter ideia de seu poder destruidor, em um vídeo capturado perto da ilha Razorback, na Antártida, um Brinicle atingiu os dez metros de altura em apenas seis horas.

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Talvez venha desse fenômeno assustador a grande inspiração para grandes clássicos do cinema como Frozen, que acaba deixando fenômenos como esse um pouco menos assustadores sob a ótica de uma animação, não é mesmo?

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Luciana é profissional da área de tradução há mais de 15 anos, atuando também como professora de Inglês. Trabalha no Mistérios do Mundo desde 2016 como redatora e roteirista e em horas vagas é pesquisadora curiosa em diversas áreas do conhecimento.