No dia 27 do mês passado, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos deu um passo significativo. Eles apresentaram uma proposta para desenvolver uma bomba de gravidade atômica. À medida que o mundo evolui, suas ameaças e desafios também evoluem. Os EUA acreditam que é crucial manter-se à frente, garantindo a segurança da nação e de seus aliados.
O projétil proposto, chamado de B61-13, foi projetado para oferecer ao presidente dos EUA mais opções ao enfrentar alvos militares grandes e complexos. Notavelmente, está definido para substituir a bomba de gravidade B61-7 mais antiga. Embora ambas as armas tenham um poder destrutivo semelhante de 360 quilotons, o B61-13 é impressionantemente 24 vezes mais potente do que a bomba lançada sobre Hiroshima na Segunda Guerra Mundial.
Mas por que esse novo desenvolvimento? John Plumb, o Secretário Assistente de Defesa para Política Espacial, esclareceu a motivação. Ele afirmou: “Os Estados Unidos reconhecem o ambiente de segurança em mudança. Enfrentamos crescentes ameaças de potenciais adversários. É nosso dever avaliar continuamente e implantar as capacidades necessárias. Isso garante que possamos dissuadir e, se necessário, responder a ataques estratégicos, protegendo assim nossos aliados.”
Vale ressaltar que o B61-13 é um explosivo por gravidade. Isso significa que foi projetado para ser liberado de uma aeronave que voa diretamente sobre seu alvo pretendido. Em linha com esse avanço, o Departamento de Defesa confirmou a aposentadoria da bomba B83-1, anteriormente considerada um pilar no arsenal nuclear americano.
De forma simples, uma bomba gravitacional é uma arma desprovida de propulsão, que cai livremente. Ao contrário dos mísseis que possuem seus próprios sistemas de propulsão, as bombas gravitacionais dependem da altitude e velocidade da aeronave. Ela é lançada de uma aeronave, confiando principalmente na gravidade da Terra para determinar seu trajeto. Daí o termo ‘bomba de gravidade’.
Esse movimento não surge do nada. No início de outubro, uma comissão bipartidária do Congresso Americano enfatizou a necessidade de modernizar o arsenal nuclear. A principal preocupação? A possibilidade de um ataque coordenado de adversários formidáveis como China e Rússia. Tal empreendimento de modernização ambicioso tem uma projeção orçamentária de cerca de US$ 400 bilhões até 2046. Enquanto o mundo observa, é evidente que os EUA estão fazendo movimentos estratégicos para fortalecer suas capacidades de defesa. [Uol]
