Biohacker que gasta $ 2.000.000 por ano para ‘viver para sempre’ revela os terríveis sintomas que enfrentou por causa disso

por Lucas Rabello
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A busca pela juventude eterna tomou um rumo inesperado para o empresário do Vale do Silício, Bryan Johnson, que recentemente revelou complicações em sua ambiciosa rotina de combate ao envelhecimento. Johnson, protagonista do documentário da Netflix “O Homem Que Quer Viver Para Sempre”, tem chamado a atenção com sua abordagem radical para prolongar a vida humana. No entanto, sua mais recente revelação indica que o caminho para a imortalidade não é livre de obstáculos.

Aos 47 anos, o extenso protocolo antienvelhecimento de Johnson trouxe resultados impressionantes. Exames médicos indicam que ele alcançou a capacidade cardiovascular de uma pessoa de 37 anos e a capacidade respiratória de um jovem de 18. Sua dedicação à reversão do envelhecimento já o levou a procedimentos experimentais, como edição de DNA, injeções de células-tronco e até mesmo troca de plasma sanguíneo com seu filho.

Bryan Johnson tem ido a extremos absurdos na tentativa de "reverter" o processo de envelhecimento (Instagram/@bryanjohnson_).

Bryan Johnson tem ido a extremos absurdos na tentativa de “reverter” o processo de envelhecimento (Instagram/@bryanjohnson_).

Contudo, o recente anúncio de Johnson marca uma mudança significativa em sua estratégia antienvelhecimento. Ele decidiu suspender o uso da rapamicina, um medicamento usado no tratamento de câncer que demonstrou, em estudos com camundongos, potencial para retardar o envelhecimento. A decisão veio após ele sofrer diversos efeitos colaterais decorrentes do uso do remédio.

“Apesar do imenso potencial demonstrado em estudos pré-clínicos, minha equipe e eu chegamos à conclusão de que os benefícios de usar rapamicina ao longo da vida não justificam os pesados efeitos colaterais,” compartilhou Johnson em sua conta no Twitter. O empresário detalhou uma série de complicações, incluindo “infecções intermitentes de pele e tecidos moles, anormalidades lipídicas, elevação da glicose e aumento da frequência cardíaca em repouso.”

O biohacker admitiu que houve muitos efeitos colaterais com o medicamento (Instagram/@bryanjohnson_).

O biohacker admitiu que houve muitos efeitos colaterais com o medicamento (Instagram/@bryanjohnson_).

A situação ficou ainda mais complicada quando novas pesquisas apontaram que a rapamicina pode, na verdade, acelerar o envelhecimento, em vez de retardá-lo. Um estudo recente, ainda em fase preliminar, analisou os efeitos do medicamento em 16 marcadores epigenéticos de envelhecimento e concluiu que ele está entre os supostos tratamentos que podem acelerar o processo de envelhecimento em seres humanos.

Esse desdobramento destaca a natureza em constante evolução das pesquisas sobre longevidade e os desafios enfrentados por quem está na vanguarda dessas experimentações. Johnson reconheceu que o campo dos compostos experimentais está em constante transformação e enfatizou a necessidade de mais estudos e avaliações rigorosas dessas intervenções.

Sua rotina diária, que inclui inúmeras técnicas de otimização biológica, continua sendo significativamente mais extenuante do que as práticas convencionais de estilo de vida. Apesar desse revés com a rapamicina, Johnson segue firme em sua busca para reverter os efeitos do envelhecimento por meio de outros métodos.

Esse caso evidencia a complexidade das pesquisas antienvelhecimento e os riscos potenciais associados a tratamentos experimentais de longevidade. Embora a busca de Johnson pela juventude eterna tenha produzido resultados mensuráveis, ela também revela os desafios e incertezas de ultrapassar os limites da biologia humana.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.