A população de orcas residentes do Pacífico Noroeste, já em perigo de extinção, sofreu mais uma perda devastadora. A orca conhecida como J35, amplamente estudada por pesquisadores, perdeu sua filhote recém-nascida poucos dias após o nascimento. A filhote, identificada como J61, nasceu pouco antes do Natal de 2023, sendo o terceiro nascimento documentado de J35.
Em 24 de dezembro, o Centro de Pesquisa de Baleias (Center for Whale Research) já havia expressado preocupação com a saúde da filhote, ao observar comportamentos incomuns tanto na mãe quanto na cria. Os pesquisadores destacaram que o primeiro ano de vida é especialmente crítico para os filhotes de orcas, que enfrentam altas taxas de mortalidade nesse período.
A morte de J61 foi confirmada em 31 de dezembro, no mesmo dia em que outro filhote nasceu dentro do J-pod, grupo familiar de orcas residentes do sul que habita as águas entre a Colúmbia Britânica, no Canadá, e o estado de Washington, nos Estados Unidos. Após a morte, J35 foi vista carregando o corpo de sua filhote morta, repetindo o comportamento exibido em 2018, quando carregou outro filhote falecido por 17 dias, percorrendo aproximadamente 1.600 quilômetros.
“A morte de qualquer filhote na população SRKW (orca residente do sul) é uma perda tremenda”, compartilhou o Centro de Pesquisa de Baleias em sua página no Facebook. A morte de J61 é ainda mais significativa, pois ela era uma fêmea, o que representava uma chance de crescimento futuro para a população ameaçada. Esse é o segundo filhote fêmea que J35 perde, de um total de quatro nascimentos documentados.
As orcas residentes do sul enfrentam inúmeros desafios em seu habitat no Pacífico Noroeste. Esses mamíferos marinhos lidam com condições cada vez mais adversas enquanto buscam alimento, especialmente o salmão Chinook, ao mesmo tempo em que sofrem com pressões ambientais que afetam suas taxas de sobrevivência.
O Centro de Pesquisa de Baleias, junto com outras organizações científicas, continua monitorando de perto a população do J-pod. Suas observações fornecem dados cruciais sobre a saúde e o comportamento desses mamíferos marinhos, ajudando a orientar esforços de conservação e a compreensão das dinâmicas familiares das orcas.
Essa recente perda evidencia as dificuldades contínuas enfrentadas pela população de orcas residentes do sul. Embora J35 tenha um filhote sobrevivente nascido em 2020, a perda de duas fêmeas afeta não apenas sua família imediata, mas também o potencial de crescimento dessa comunidade em perigo crítico.
A equipe de pesquisa mantém o monitoramento regular dos movimentos e comportamentos do grupo, documentando suas descobertas para entender melhor os desafios enfrentados por esses mamíferos marinhos. Esse trabalho contribui para esforços mais amplos de conservação, voltados à proteção da população de orcas residentes do sul e de seu habitat nas águas do Pacífico Noroeste.