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O asteroide Bennu vai cair na Terra em 24 de setembro de 2182?

Lucas R.

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Asteroide Bennu vai cair na Terra em 24 de setembro de 2182?
A intrigante história do asteroide Bennu, sua relação com a Terra e por que 24 de setembro de 2182 é uma data-chave

Entre os incontáveis corpos celestes, há um que tem chamado a atenção de cientistas e entusiastas do espaço: o asteroide Bennu. Vamos embarcar em uma jornada para entender por que essa rocha espacial em particular está nas manchetes e por que 24 de setembro de 2182 é uma data que continua sendo mencionada nas discussões.

Por que o Asteroide Bennu?

Primeiramente, você pode estar curioso sobre por que, dentre a miríade de asteroides no espaço, Bennu ocupa um lugar especial. A missão OSIRIS-REx da NASA escolheu Bennu principalmente por causa dos extensos dados de radar e observações de telescópio que já possuímos. Essa riqueza de informações reduziu significativamente os riscos associados à missão.

Mas há mais nessa história. Bennu está entre os poucos asteroides que têm uma probabilidade maior de colidir com a Terra. Ao estudar sua composição e órbita, a NASA busca desvendar os riscos potenciais que esse corpo celeste pode representar.

Probabilidades

Anteriormente, os especialistas estimavam que a chance de Bennu colidir com a Terra entre 2175 e 2199 era de cerca de uma em 2.700. Para colocar as coisas em perspectiva, se Bennu fizesse uma visita indesejada, esse asteroide de 500 metros de largura liberaria impressionantes 1.200 megatons de energia. Isso é um incrível 24 vezes a energia da arma nuclear mais potente já criada pelos seres humanos! Embora isso possa parecer alarmante, vale ressaltar que isso é significativamente menor do que o asteroide de 9,7 quilômetros que se acredita ter causado a extinção dos dinossauros.

No entanto, após dois anos de observação meticulosa, a NASA refinou suas previsões. Com o tesouro de dados da OSIRIS-REx, os cientistas agora podem prever a trajetória de Bennu com precisão sem precedentes, pelo menos até 2135. Como Davide Farnocchia do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) afirmou, esse nível de modelagem de precisão é inédito.

Mas aqui está a reviravolta: as chances inclinaram-se ligeiramente para um possível impacto, ficando em cerca de 1 em 1.750 até o ano 2300. E a data que tem sido tão comentada? 24 de setembro de 2182. Nesse dia, as chances de impacto são estimadas em 1 em 2.700 ou cerca de 0,037%. Pode parecer contraintuitivo, mas pense como se fosse jogar um dado. Quanto mais vezes você joga, melhores são suas chances de obter um número específico.

Bennu e Seus Pares Cósmicos

Apesar das probabilidades relativamente baixas, Bennu ainda é considerado um dos dois asteroides mais perigosos conhecidos em nosso sistema solar. Seu contraparte nessa distinção duvidosa é outro asteroide chamado 1950 DA. A NASA, juntamente com outros observatórios, monitora constantemente as órbitas de objetos celestes, especialmente “objetos próximos à Terra” (NEOs) que têm 140 metros ou mais. Esses NEOs poderiam causar estragos se colidissem com nosso planeta. O lado bom? Até agora, nenhum asteroide conhecido maior que 140 metros representa uma ameaça significativa à Terra no próximo século.

Uma equipe de pesquisadores até olhou mais para o futuro usando métodos inovadores. Eles analisaram a Distância Mínima de Interseção de Órbita (MOID) para entender os encontros mais próximos possíveis entre asteroides e a Terra. Essa abordagem permitiu que eles descartassem a maioria dos NEOs de colidir com a Terra no próximo milênio. O concorrente mais provável, 7482 (1994 PC1), tem uma chance minúscula de 0,00151% de um encontro próximo, segundo o que consta no estudo.

Embora o universo possa ocasionalmente nos surpreender com objetos desconhecidos, não estamos totalmente indefesos. Tanto os EUA quanto a China têm propostas para desviar ameaças potenciais como Bennu. Um dos métodos em consideração envolve o uso de impactos de foguetes para alterar o curso do asteroide. Na verdade, a NASA já obteve sucesso nesse domínio, redirecionando um asteroide usando uma sonda.

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.