Há uma gigantesca rocha espacial viajando pelo cosmos, com sua trajetória se cruzando ocasionalmente com a órbita da Terra. Esse é o asteroide Bennu, um corpo celeste que tem capturado a atenção de cientistas e entusiastas do espaço.
O asteroide Bennu
Bennu não é uma rocha espacial comum. Este asteroide, com cerca de 500 metros de diâmetro, é um dos poucos que os humanos realmente visitaram. Em 2020, a missão OSIRIS-REx da NASA pousou com sucesso em Bennu, coletou algumas amostras e agora está a caminho de volta à Terra.
Mas aqui é onde as coisas ficam interessantes: Bennu é o que os cientistas chamam de “asteroide potencialmente perigoso”. Isso significa que sua órbita o traz suficientemente perto da Terra para que precisemos ficar de olho nele. Quão perto? Bem, há uma chance – embora pequena – de que Bennu possa colidir com a Terra em algum momento no futuro.
A Data Mágica: 24 de Setembro de 2182
Você já deve ter ouvido falar desta data antes, e por um bom motivo. O dia 24 de setembro de 2182 é atualmente a data mais provável para um possível impacto entre Bennu e a Terra. Mas antes de começar a planejar sua festa de fim do mundo, vamos colocar as coisas em perspectiva.
As chances de Bennu realmente atingir a Terra nessa data são de cerca de 1 em 2.700. Isso é uma chance de 0,037%. Para colocar de outra forma, é mais provável que você ganhe em alguns sorteios de loteria do que ver Bennu colidir com a Terra nesse dia específico. No entanto, quando olhamos para o quadro maior – a chance de impacto a qualquer momento entre agora e o ano 2300 – as probabilidades aumentam ligeiramente para cerca de 1 em 1.750.
Agora, você deve estar pensando: “Espere um minuto, essas chances não soam tão ruins!” E você está certo – elas não são ótimas, mas também não são motivo para alarme imediato. Lembre-se, estamos falando de probabilidades ao longo de centenas de anos. É como prever o clima para um dia específico daqui a décadas – há muita coisa que pode mudar nesse meio tempo.
E se Bennu realmente atingisse a Terra?
Se Bennu colidisse com a Terra, ele liberaria uma quantidade de energia equivalente a cerca de 1.200 megatons de TNT. Isso é aproximadamente 24 vezes mais poderoso que a arma nuclear mais forte já construída. Em outras palavras, seria um dia muito ruim para quem estivesse na zona de impacto.
Mas aqui está uma perspectiva: embora um impacto de Bennu fosse catastrófico em uma escala regional, ele está longe de ser o evento de alteração planetária que exterminou os dinossauros. Esse asteroide tinha cerca de 20 vezes o tamanho de Bennu. Então, enquanto definitivamente queremos evitar uma colisão com Bennu, não é uma ameaça de extinção em massa.
Graças a missões como a OSIRIS-REx, estamos aprendendo mais sobre Bennu o tempo todo. Ao estudar sua composição, estrutura e órbita, os cientistas estão melhorando suas previsões sobre seu caminho futuro. Esse conhecimento é crucial por duas razões:
- Ele nos ajuda a refinar nossas previsões de impacto, dando-nos uma imagem mais clara dos riscos reais.
- Ele informa estratégias potenciais de desvio, caso precisemos desviar Bennu (ou qualquer outro asteroide) de uma rota de colisão com a Terra.
Falando em desvio, a NASA já provou que podemos alterar a trajetória de um asteroide. Em 2022, a missão DART mudou com sucesso a órbita de um pequeno asteroide colidindo uma espaçonave com ele.
O Panorama Maior
Bennu não é o único asteroide que estamos monitorando. A NASA e outras agências espaciais rastreiam milhares de objetos próximos à Terra (NEOs). A boa notícia é que, para os próximos 100 anos, nenhum asteroide grande conhecido tem uma chance significativa de atingir a Terra.
Os cientistas também estão desenvolvendo novas maneiras de avaliar os riscos de asteroides em escalas de tempo mais longas. Um estudo recente analisou o quão perto os asteroides poderiam chegar da Terra nos próximos mil anos. Os resultados? Embora não possamos descartar todas as possibilidades, as chances de um impacto maior antes do ano 3000 são muito baixas.
