Lembra daquele asteroide descoberto em dezembro que poderia destruir cidades inteiras se colidisse com a Terra? Pois é: a NASA acaba de anunciar que as chances de um impacto em 2032 aumentaram. O objeto, batizado de 2024 YR4, foi identificado por um telescópio no Chile quando estava a cerca de 43 milhões de quilômetros de distância — algo como 110 vezes a distância entre a Terra e a Lua. Na época, cientistas do sistema ATLAS, financiado pela agência espacial americana, calcularam que ele mede entre 40 e 100 metros de diâmetro, tamanho comparável ao da Estátua da Liberdade.
Se um asteroide desse porte atingisse nosso planeta, o estrago seria colossal. Para ter uma ideia, especialistas citam que ele teria energia suficiente para apagar do mapa uma cidade do porte de Kansas City, nos Estados Unidos. Mas calma: no início de 2024, os responsáveis pelo monitoramento garantiram que não havia motivo para pânico. A probabilidade de colisão era de apenas 1,2%, segundo Paul Chodas, diretor do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra da NASA. “Não estamos nem um pouco preocupados, porque há 99% de chance de ele errar a Terra. Mas o caso merece atenção”, disse ele à imprensa.
Agora, porém, os cálculos foram atualizados. A NASA revelou que o risco de impacto subiu para 2,3%, mais que dobrando em relação à estimativa anterior. Apesar do salto, o número ainda é considerado baixo pelos especialistas. David Rankin, astrônomo especializado em asteroides, reforçou ao site Space.com que “as pessoas não precisam se preocupar” e lembrou que, historicamente, a maioria das ameaças identificadas acaba sendo descartada com novas observações.
O momento decisivo está marcado para 2 de dezembro de 2032, data em que o 2024 YR4 fará sua maior aproximação da Terra. Até lá, cientistas de agências como NASA e ESA (Agência Espacial Europeia) trabalham para refinar os dados sobre sua trajetória. O desafio é que, após abril de 2025, o asteroide ficará tão distante — e, portanto, tão fraco — que não poderá mais ser observado da Terra até 2028. “Isso dificulta o aprimoramento imediato da previsão de sua rota”, explica o Dr. Shyam Balaji, pesquisador do King’s College London, em entrevista ao Daily Mail.
A boa notícia é que, na prática, a tendência é que a probabilidade de impacto diminua conforme mais dados são coletados. Balaji ressalta que, em casos anteriores, a maioria dos objetos inicialmente classificados como riscos acabou sendo rebaixada após análises detalhadas. Enquanto isso, sistemas como o ATLAS continuam varrendo o céu 24 horas por dia em busca de ameaças.
O 2024 YR4, por enquanto, é o único asteroide conhecido com mais de 1% de chance de atingir nosso planeta nas próximas décadas. Apesar do susto inicial, a situação está longe de ser um filme catástrofe. Ainda assim, o episódio serve para lembrar como a defesa planetária é uma área vital. Programas de monitoramento e tecnologias em desenvolvimento, como missões para desviar asteroides, são peças-chave para garantir que, mesmo que um dia a ameaça se concretize, a humanidade esteja preparada.
Enquanto aguardamos novas atualizações, uma coisa é certa: os olhos dos astrônomos estarão grudados no céu — e em qualquer pedregulho cósmico que resolva dar as caras por aqui.