Alerta da NASA: chances de colisão com grande asteroide em 7 anos aumentam novamente

por Lucas Rabello
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Lembra daquele asteroide descoberto em dezembro que poderia destruir cidades inteiras se colidisse com a Terra? Pois é: a NASA acaba de anunciar que as chances de um impacto em 2032 aumentaram. O objeto, batizado de 2024 YR4, foi identificado por um telescópio no Chile quando estava a cerca de 43 milhões de quilômetros de distância — algo como 110 vezes a distância entre a Terra e a Lua. Na época, cientistas do sistema ATLAS, financiado pela agência espacial americana, calcularam que ele mede entre 40 e 100 metros de diâmetro, tamanho comparável ao da Estátua da Liberdade.

Se um asteroide desse porte atingisse nosso planeta, o estrago seria colossal. Para ter uma ideia, especialistas citam que ele teria energia suficiente para apagar do mapa uma cidade do porte de Kansas City, nos Estados Unidos. Mas calma: no início de 2024, os responsáveis pelo monitoramento garantiram que não havia motivo para pânico. A probabilidade de colisão era de apenas 1,2%, segundo Paul Chodas, diretor do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra da NASA. “Não estamos nem um pouco preocupados, porque há 99% de chance de ele errar a Terra. Mas o caso merece atenção”, disse ele à imprensa.

Agora, porém, os cálculos foram atualizados. A NASA revelou que o risco de impacto subiu para 2,3%, mais que dobrando em relação à estimativa anterior. Apesar do salto, o número ainda é considerado baixo pelos especialistas. David Rankin, astrônomo especializado em asteroides, reforçou ao site Space.com que “as pessoas não precisam se preocupar” e lembrou que, historicamente, a maioria das ameaças identificadas acaba sendo descartada com novas observações.

Impressão artística de 2024 YR4 (ESA-Science Office)

Impressão artística de 2024 YR4 (ESA-Science Office)

O momento decisivo está marcado para 2 de dezembro de 2032, data em que o 2024 YR4 fará sua maior aproximação da Terra. Até lá, cientistas de agências como NASA e ESA (Agência Espacial Europeia) trabalham para refinar os dados sobre sua trajetória. O desafio é que, após abril de 2025, o asteroide ficará tão distante — e, portanto, tão fraco — que não poderá mais ser observado da Terra até 2028. “Isso dificulta o aprimoramento imediato da previsão de sua rota”, explica o Dr. Shyam Balaji, pesquisador do King’s College London, em entrevista ao Daily Mail.

A boa notícia é que, na prática, a tendência é que a probabilidade de impacto diminua conforme mais dados são coletados. Balaji ressalta que, em casos anteriores, a maioria dos objetos inicialmente classificados como riscos acabou sendo rebaixada após análises detalhadas. Enquanto isso, sistemas como o ATLAS continuam varrendo o céu 24 horas por dia em busca de ameaças.

O 2024 YR4, por enquanto, é o único asteroide conhecido com mais de 1% de chance de atingir nosso planeta nas próximas décadas. Apesar do susto inicial, a situação está longe de ser um filme catástrofe. Ainda assim, o episódio serve para lembrar como a defesa planetária é uma área vital. Programas de monitoramento e tecnologias em desenvolvimento, como missões para desviar asteroides, são peças-chave para garantir que, mesmo que um dia a ameaça se concretize, a humanidade esteja preparada.

Enquanto aguardamos novas atualizações, uma coisa é certa: os olhos dos astrônomos estarão grudados no céu — e em qualquer pedregulho cósmico que resolva dar as caras por aqui.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

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