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Assim é a vida na cidade mais fria do planeta

Luciana Calogeras

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A vida não é muito fácil em Oymyakon e nada de chorar pelo trabalho árduo: o frio é capaz de até mesmo congelar as lágrimas!

Versão em vídeo:

https://www.youaatube.com/watch?v=KmZx7xZtFos

Versão em texto:

Se você é friorento e, algum dia, teve a oportunidade de conhecer regiões mais frias do planeta, talvez tenha sentido que essa não foi uma das melhores experiências da sua vida.

Afinal, aguentar a neve e ainda mais os ventos gelados fortes não é, literalmente, uma tarefa para qualquer um!

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A cidade de Oymyakon /@Wikipedia

Agora, se você ama o inverno, deve ter aproveitado ao máximo as belezas que essa estação do ano oferece: esquiando, indo às compras tomando um chocolate quente ou até mesmo assistindo a um bom filme em frente a uma lareira ou, quem sabe, tomando um chá quentinho.

Bem, seja qual for a sua preferência, uma coisa é verdade: ninguém aguenta temperaturas tão extremas, pois elas passam a ser muito desagradáveis e, em alguns casos, mortais!

E hoje iremos apresentar para você uma realidade pra lá de bizarra: como é viver em Oymyakon, a considerada “capital do frio”.

Assim é a vida na cidade mais fria do planeta

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Oymyakon é uma cidade que possui cerca de 500 habitantes corajosos. Ela está localizada no Leste da Sibéria, na Rússia, e é conhecida por ter batido o recorde de temperatura mais baixa numa localidade permanentemente habitada. Na verdade, tirando a Antártida, Oymyakon é considerada a cidade mais fria do mundo.

Para se ter uma ideia, em 1933 os termômetros chegaram a marcar -68°C e, no inverno, a temperatura média chega a -50°C.

A vida lá não é nada fácil: os moradores se preocupam sempre com as queimaduras constantes que o frio extremo provoca e o trabalho na região é sempre árduo. E nada de chorar, pois lá o frio congela até as lágrimas.

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Os moradores frequentemente estocam comida, pois há dias que é impossível sair de casa por mais de 20 minutos, pois qualquer parte do corpo exposta pode congelar. Por conta das baixas temperaturas extremas, seus veículos precisam ficar constantemente ligados (e em garagens cobertas) –  caso contrário, também congelam.

Mas, seja qual for a temperatura, uma coisa eles sempre fazem: pescar. Uma especialidade local é o peixe stroganina, um peixe das águas do Ártico Siberiano, que é servido em fatias bem finas e temperadas. E haja bebidas quentes para conseguir enfrentar tudo isso, não é mesmo?

O sistema de encanamento é basicamente impossível em Oymyakon. Os canos acabam se congelando e, para que possam usar o banheiro, os moradores precisam construir cabaninhas de madeira particulares, do lado de fora da residência, com pequenas latrinas cavadas na neve.

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Quando alguém morre em Oymyakon, as pessoas devem fazer fogueiras para derreter um pouco o gelo e assim poderem cavar uma sepultura. Os moradores relatam que, mesmo se protegendo ao máximo e cobrindo o rosto, é quase impossível respirar em -50°C.

Um morador contou que seu cachorro já lambeu um barril ao ar livre e acabou ficando com a língua presa nele. Isso frequentemente acontece com crianças e as queimaduras são severas. Por isso, as mães precisam sempre ficar atentas para que os bebês não levem nada metálico à boca ou não lambam qualquer objeto que estivesse exposto ao ar livre.

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A boa notícia é que, pelo menos, eles possuem um “verão”. Mas nada de praia: as temperaturas podem chegar até 20°C apenas. Para -50°C, até que é um alívio, não?

Apesar do frio, eles possuem toda a estrutura necessária para a sobrevivência: lojas, escolas, clubes, farmácias, academias, clínicas com médicos e pediatria, mercados, bibliotecas e até mesmo museus. No entanto, eles exportam basicamente tudo o que consomem, com a exceção dos peixes e, quando algum morador precisa de atendimento médico especializado, deve viajar para uma cidade maior a fim de consegui-lo.

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Bem, não é muito diferente de uma cidade interiorana, com a exceção do frio extremo.  Oymyakon sobrevive em parte da mineração e recebe subsídio do Estado para a extração de ouro, já que tem minas de antimônio, um metal bem raro.

E você, que adora o frio e reclama do verão, teria coragem de passar alguns dias nesse local? Conte pra gente nos comentários!

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Luciana é profissional da área de tradução há mais de 15 anos, atuando também como professora de Inglês. Trabalha no Mistérios do Mundo desde 2016 como redatora e roteirista e em horas vagas é pesquisadora curiosa em diversas áreas do conhecimento.

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