No universo do marketing de bebidas, o vermelho da Coca-Cola tornou-se sinônimo de refresco no mundo inteiro. Fundada em 1886, em Atlanta, Geórgia, a empresa manteve esse esquema de cores por mais de um século, com Frank Mason Robinson desenvolvendo a icônica caligrafia cursiva e a paleta de cores que definiram a identidade visual da marca.
Muitos consumidores especulam que a escolha do vermelho para a Coca-Cola surgiu de propagandas de Natal, nas quais o Papai Noel aparecia vestindo seu famoso traje vermelho e branco enquanto segurava uma garrafa da bebida. No entanto, a verdadeira origem dessa escolha de cor é mais prática. Nos primeiros anos da empresa, a Coca-Cola era distribuída em barris para farmácias e drogarias americanas, assim como o álcool. Para evitar confusão com bebidas alcoólicas, que eram taxadas, a empresa pintava seus barris de vermelho vivo, facilitando a identificação por parte dos fiscais de alfândega e impostos.
Recentemente, consumidores notaram uma variação curiosa no design tradicional: garrafas de Coca-Cola com tampas amarelas. Essa modificação tem um propósito específico dentro da comunidade judaica, especialmente durante a celebração da Páscoa Judaica (Pessach), um evento religioso de sete dias que comemora a libertação do povo judeu da escravidão no Egito.
Durante o Pessach, as leis alimentares judaicas proíbem o consumo de certos ingredientes, como aveia, trigo, cevada, arroz e milho. Isso representa um desafio para o consumo da Coca-Cola tradicional, já que a fórmula padrão contém xarope de milho. Para atender a essas exigências religiosas, a Coca-Cola produz uma versão especial sem xarope de milho, identificando essas garrafas kosher com tampas amarelas.
Nas redes sociais, muitos usuários expressaram surpresa ao descobrir o significado das tampas amarelas. “Acabei de descobrir que a Coca-Cola faz refrigerantes especiais com tampas amarelas para indicar que são kosher”, escreveu um usuário no Twitter. Outro comentou: “As tampas amarelas significam que é kosher para o Pessach. Só descobri isso este ano.”
Esse sistema de codificação por cores demonstra como grandes empresas podem adaptar seus produtos para atender às necessidades religiosas e culturais específicas, mantendo, ao mesmo tempo, a identidade principal da marca. As garrafas com tampas amarelas representam uma pequena, mas significativa, modificação no design tradicional da Coca-Cola, permitindo que consumidores judeus apreciem a bebida durante o Pessach, enquanto cumprem suas exigências dietéticas religiosas.
A prática de produzir Coca-Cola kosher destaca a interseção entre produção comercial e observância religiosa na sociedade moderna. Embora a empresa mantenha sua icônica identidade vermelha na maior parte do ano, a mudança temporária para tampas amarelas é uma solução prática para identificar produtos aprovados como kosher durante esse importante período religioso.