Você pode ser o melhor cozinheiro caseiro do mundo, mas precisa admitir: nem tudo é óbvio sobre os alimentos que usa diariamente. Recentemente, usuários das redes sociais entraram em um debate surpreendente ao descobrir a verdade por trás de um tempero comum nas prateleiras: a páprica. O que exatamente está dentro desse pó vermelho que dá cor e sabor a pratos como sopas, carnes e até aperitivos? A resposta é mais simples — e curiosa — do que muitos imaginam.
A páprica é um daqueles ingredientes versáteis, presente em receitas que vão de pratos tradicionais húngaros a temperos brasileiros. Embora seu uso seja popular, poucos pararam para pensar em sua origem. Ao contrário de especiarias como canela (casca de árvore) ou açafrão (raiz), a páprica não vem de uma planta exótica ou de sementes misteriosas. Na verdade, ela é feita de um ingrediente bem familiar: pimentões vermelhos secos e moídos. Sim, aqueles mesmos pimentões que você encontra na feira!
A confusão começa com o nome. Enquanto temperos como cominho ou alecrim são batizados em referência direta às suas plantas de origem, a palavra “páprica” tem raízes na língua húngara e deriva de “pimenta” — uma pista importante. O processo de produção é simples: os pimentões vermelhos maduros são secos até perderem quase toda a umidade e, em seguida, triturados até virarem um pó fino. O resultado é um tempero que varia do doce ao picante, dependendo da variedade da pimenta usada. A versão mais comum no Brasil, por exemplo, costuma ser suave, já que é feita com pimentões doces.
Nutricionalmente, a páprica é uma pequena potência. Rica em vitamina A — essencial para a saúde da visão e da pele —, ela também contém antioxidantes carotenoides, como a capsantina, responsável por sua cor vibrante. Além disso, algumas variedades possuem capsaicina, o composto que dá o ardor às pimentas, embora em quantidades bem menores do que na pimenta-caiena ou na malagueta.
A revelação sobre a origem da páprica causou frisson nas redes. Um post da marca australiana Nutraorganics no Instagram viralizou ao explicar: “Aprender que a páprica é apenas pimentão vermelho seco e triturado foi um choque. Não sei por que achava que existia uma árvore de páprica”. A publicação gerou milhares de comentários, com usuários divididos entre surpresa e ironia. “Minha mente explodiu. Sempre imaginei que viesse de uma planta rara, tipo algo da Amazônia”, confessou um seguidor. Outros brincaram: “Agora vou olhar para o pimentão na feira com outros olhos”.
Por outro lado, parte do público reagiu com incredulidade. “Isso não é conhecimento básico? Parece óbvio”, questionou um usuário. A divergência mostra como algo simples pode passar despercebido até por entusiastas da culinária. Afinal, quantos ingredientes do dia a dia escondem segredos assim? O caso da páprica revela uma curiosidade maior: muitas especiarias têm histórias surpreendentes por trás de seus nomes e processos. O gengibre, por exemplo, vem de uma raiz; o açafrão verdadeiro é extraído de flores de croco — e nenhum deles nasce em sachês prontos nas prateleiras.
Para os que se perguntam como o pimentão vira pó, o processo tradicional envolve secagem ao sol ou em fornos especiais, seguida da moagem em máquinas que garantem a textura fina. Em algumas regiões da Europa, como na Hungria, a páprica é um orgulho nacional, com variedades protegidas por denominação de origem. Lá, o tempero é levado tão a sério quanto o vinho na França.
A próxima vez que você polvilhar páprica sobre um prato, lembre-se: está usando um pedacinho de pimentão transformado por séculos de tradição culinária. E se alguém ainda acreditar que existe uma “árvore da páprica”, basta oferecer um passeio pela seção de hortifrúti — o verdadeiro segredo está ali, bem diante dos olhos.
