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Após convulsão, homem descobre que larvas viviam no seu cérebro havia duas décadas

Leonardo Ambrosio

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Depois de chegar ao Hospital Geral do Massachusetts, nos Estados Unidos, apresentando confusão mental e convulsões, um homem descobriu que havia um parasita vivendo no seu cérebro há décadas. O caso foi abordado por uma publicação recente, do último dia 11 de novembro, no ‘The New England Journal of Medicine’.

O homem foi levado ao hospital depois de ter caído da sua cama, tendo sido socorrido pela sua esposa, que disse que o rapaz tremia no chão depois da queda. Sua esposa também afirmou que ele apresentava um comportamento estranho, e não queria ser colocado na ambulância. Assim que chegou ao pronto-socorro, teve uma convulsão generalizada, com mais de dois minutos de duração.

O paciente, natural da Guatemala, emigrou para os Estados Unidos há cerca de 20 anos, e os médicos decidiram investigar se o seu país de origem poderia ter alguma coisa a ver com a sua crise convulsiva. “Precisávamos considerar doenças infecciosas endêmicas que poderiam ter aumentado o risco de convulsões deste paciente mesmo anos após a exposição, como uma infecção cerebral parasitária”, escreveram os médicos no estudo de caso publicado recentemente.

Depois de terem sido descartadas as hipóteses de doenças preexistentes, distúrbios neurológicos ou uso de drogas, o paciente foi submetido a um exame de ressonância magnética e tomografia computadorizada da cabeça. A partir dos exames, veio o seu diagnóstico: Neurocisticercose. Resumidamente, havia larvas de Taenia solium no cérebro no homem, provocando a aparição de cistos entre os neurônios.

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A doença é provocada pelo consumo de alimentos contaminados com ovos do parasita, e de acordo com os médicos ela pode ter sido adquirida pelo paciente quando ele ainda vivia no seu país natal, há duas décadas.

Depois de ter sido medicado, o homem recebeu alta e voltou para casa depois de cinco dias hospitalizado. Novos exames apresentaram resultados neurológicos normais e saudáveis. Após dez meses, ele voltou ao hospital para nova bateria de exames, e foi verificado que seu edema na cabeça havia diminuído. Ao final do estudo, os médicos afirmam que o paciente se viu livre das convulsões nos três anos seguintes a este episódio.

De qualquer forma, a ideia de ter larvas vivendo no cérebro é digna de causar pesadelo até mesmo nos mais corajosos.


Com informações de globo.com.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.

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