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Apenas com duas imagens, chef relata o que há de errado na indústria alimentícia

Luciana Calogeras

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Enquanto em um lado do país as pessoas aguardavam por doações de alimentos, do outro lado milhares de alimentos estavam sendo descartados.

A pandemia do coronavírus veio revelar a nós muitas coisas: ela não só afetou milhares de pessoas no mundo inteiro como também foi capaz de expor muitas falhas no funcionamento de governos e políticas de uma maneira geral.

Para se ter ideia, mais de 22 milhões de pessoas pediram auxílio desemprego nos Estados Unidos desde que o presidente Trump declarou emergência nacional. Já no Brasil, de acordo com a Caixa Econômica Federal, mais de 96 milhões de pessoas pediram o auxílio emergencial, das quais mais de 46,2 milhões já receberam o benefício.

Isso mostra o quanto a pandemia afetou os trabalhadores e as empresas de uma forma geral e, apesar de serem tantas pessoas que recorreram aos auxílios emergenciais, muitas ainda não chegam a recebê-lo ou não terem seus cadastros apurados.

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Twitter/chefjoseandres

 

Pensando nisso, o chef Jose Andrés, fundador da World Central Kitchen (WCK) – uma organização sem finalidade lucrativa dedicada a fornecer refeições após desastres naturais – recentemente compartilhou algumas ideias em seu Twitter sobre o funcionamento da indústria alimentícia no mundo.

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Para fazer isso, ele reuniu duas imagens, uma de Idaho e outra de San Antonio, que ilustraram perfeitamente como o sistema atual é falho.

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Twitter/chefjoseandres
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Em uma das imagens é possível ver uma grande quantidade de batatas que foram descartadas por agricultores pela falta de compradores e do outro lado, milhares de pessoas desempregadas deixaram seus carros alinhados em frente a um banco de doação de alimentos porque perderam suas fontes de renda por conta da pandemia.

Para o chef, não faz sentido como as duas fotografias pudessem existir, no mesmo país, ao mesmo tempo. E foi assim que Andrés explicou o que acontece:

“Ao longo do caminho, temos uma indústria de alimentos que aparentemente funciona e tratamos os problemas sociais como se fossem invisíveis… mas só percebemos que essa indústria não está funcionando como deveria quando uma catástrofe como a que estamos vivendo acontece”.

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O chef informou que as pessoas por trás da World Central Kitchen estão fazendo todo o possível para preencher a lacuna entre os agricultores e os famintos, no entanto, Andrés também admitiu que seus esforços não são suficientes e o governo teve que intervir para ajudar essas pessoas.

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Para ajudar, o chef reuniu pessoas do mundo inteiro para que algo pudesse ser feito por essas pessoas e por suas famílias. Ele apelou para produtores, proprietários de restaurantes e até mesmo indivíduos comuns pudessem ajudar, para que os alimentos pudessem fazer parte da solução.

“Busquem ajuda, envolvam-se com instituições que possam auxiliar os demais. Perguntem aos restaurantes e vamos arrumar um jeito de fazer essa indústria funcionar como deve. Cobrem os seus governantes e não aceite nada menos do que isso”.

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Com o apelo do chef, muitas pessoas decidiram ir atrás e se envolverem em pequenas ações que pudessem ajudar os necessitados.

Afinal, a fome é algo que ninguém deveria passar.

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Luciana é profissional da área de tradução há mais de 15 anos, atuando também como professora de Inglês. Trabalha no Mistérios do Mundo desde 2016 como redatora e roteirista e em horas vagas é pesquisadora curiosa em diversas áreas do conhecimento.