Amou Haji, frequentemente referido como “o homem mais sujo do mundo”, levou uma vida que desafiou a sabedoria convencional e capturou a atenção global. Morando na aldeia de Dejgah na província de Fars, no sul do Irã, Haji evitou tomar banho por mais de 60 anos, uma decisão enraizada em suas crenças únicas sobre saúde e limpeza.
A jornada de Amou Haji começou com um medo da água ou talvez uma crença de que a limpeza poderia trazer doenças. Essa perspectiva incomum sobre saúde o levou a evitar lavar-se por mais de seis décadas. Apesar disso, Haji desfrutou de uma saúde notável para a sua idade, um fato que não passou despercebido pela comunidade médica. Especialistas em saúde da Escola de Saúde Pública de Teerã até o visitaram, realizando testes e exames. Seus achados foram surpreendentes; o único problema de saúde de Haji era uma infecção tratável conhecida como Tricinelose, normalmente causada pelo consumo de carne mal cozida.
A resiliência demonstrada por Amou Haji diante de suas condições de vida desafiadoras sugeriu um sistema imunológico robusto, possivelmente fortalecido por seu estilo de vida único. Sua dieta, consistindo principalmente de animais atropelados, com uma preferência particular por carne de porco-espinho podre, destaca-se como outro aspecto de sua vida não convencional. As escolhas alimentares de Haji não eram devido à falta de acesso a alimentos frescos; eram mais uma questão de preferência pessoal. Tentativas dos aldeões de fornecer-lhe refeições caseiras e água limpa muitas vezes encontravam resistência.
Os hábitos de hidratação de Haji eram tão pouco convencionais quanto sua dieta. Ele bebia água todos os dias, mas não de uma fonte típica. Em vez disso, ele coletava água de poças, bebendo-a de uma lata de óleo enferrujada. Este método incomum de se manter hidratado destaca ainda mais a natureza extraordinária de sua vida.

Além de seus hábitos alimentares e de higiene, as escolhas de estilo de vida de Amou Haji se estendiam a suas atividades de lazer. Fumar fezes de animais em um cachimbo estava entre seus passatempos favoritos. Na ausência de resíduos animais, ele fumava cigarros de tabaco, às vezes até cinco de uma vez. Seus arranjos de moradia eram tão ortodoxos quanto seus outros hábitos. Haji optou por viver uma vida de isolamento, morando em abrigos improvisados ou buracos no chão, abraçando uma existência de sem-teto.
Apesar de sua aversão à limpeza convencional, Haji demonstrava preocupação com sua aparência de sua própria maneira única. Ele mantinha seu cabelo e barba queimando-os no comprimento desejado e ocasionalmente verificava seu reflexo em espelhos de carro. Sua vestimenta, composta de itens encontrados, e sua pele cinzenta devido à sujeira acumulada, adicionavam à sua aparência distinta.
A história de Amou Haji não era apenas sobre seus hábitos incomuns, mas também sobre suas interações com a comunidade. Ele se envolvia em discussões sobre política e tinha conhecimento sobre eventos históricos como as revoluções francesa e russa. O governador local observou que, apesar de sua aparência, Haji era um parceiro de conversa agradável. Infelizmente, nem todos em sua comunidade eram tão aceitáveis, com alguns recorrendo a insultos verbais e até atirando pedras nele.