Adolescente não conseguia parar de beber até 5 litros de água por dia antes de diagnóstico devastador do médico

por Lucas Rabello
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No verão de 2023, Alissa Bowman, então com 16 anos, começou a sentir uma sede tão intensa que chegava a beber mais de 2 litros de água por dia — o dobro do recomendado para uma pessoa saudável. A adolescente, moradora de Yorkshire, na Inglaterra, não encontrava alívio mesmo após consumir grandes quantidades de líquido. Preocupada, sua família a levou a um médico em Leeds, que suspeitou inicialmente de diabetes. Porém, os exames descartaram a doença.

Os sintomas, no entanto, não pararam. Durante uma viagem de férias à Tailândia no final daquele ano, Alissa perdeu completamente o apetite e ficou tão debilitada que não conseguia sair da cama. A situação se agravou a ponto de ela precisar de soro de reidratação para combater a desnutrição. De volta à Inglaterra, em dezembro de 2023, um exame de ressonância magnética no Hospital Pinderfields, em Wakefield, revelou a causa oculta do problema: um tumor cerebral localizado na região central do cérebro, próximo à glândula pituitária.

Alissa Bowman, agora com 17 anos, recebeu o diagnóstico chocante em 2023 (SWNS)

Alissa Bowman, agora com 17 anos, recebeu o diagnóstico chocante em 2023 (SWNS)

A glândula pituitária, responsável por regular funções vitais como a produção de hormônios e o controle da sede, estava sendo pressionada pelo tumor. Isso desencadeou uma condição rara chamada diabetes insípida, que faz o corpo eliminar grandes volumes de urina e provoca sede excessiva — explicando os sintomas iniciais de Alissa. Apesar de os médicos confirmarem a presença do tumor, não conseguiram identificar seu tipo específico, o que dificultou o planejamento inicial do tratamento.

Em janeiro de 2024, a jovem iniciou sessões de quimioterapia a cada três semanas no Leeds General Infirmary. O avanço foi lento, mas, em novembro do mesmo ano, os exames mostraram uma redução de 90% no tamanho do tumor. “A sede constante dela foi um sinal de alerta. Nunca imaginei que seria algo tão grave”, contou Fran, mãe de Alissa, em entrevista.

Enquanto a filha enfrentava o tratamento, Fran decidiu correr a Maratona de Londres em abril de 2024 para arrecadar fundos para a Brain Tumour Research Charity, instituição que apoia pesquisas sobre tumores cerebrais. “Foram anos difíceis, mas a Alissa é uma guerreira. Ela me inspira todos os dias”, disse a mãe, de 49 anos, emocionada.

(SWNS)

(SWNS)

O caso de Alissa chamou a atenção de especialistas. Seu tumor está sendo analisado por um painel nacional de médicos no Reino Unido, que tentam classificá-lo com precisão. Além disso, a jovem participa de um estudo na Universidade de Newcastle, onde pesquisadores investigam características incomuns da doença. “Foi devastador receber o diagnóstico, mas a Alissa enfrentou tudo com uma força impressionante”, relembrou Fran.

Apesar dos desafios, a melhora significativa no quadro da adolescente trouxe alívio à família. Enquanto aguardam respostas sobre o tipo exato de tumor, o foco agora é garantir que Alissa continue respondendo bem às terapias. A história dela não só revela a importância de investigar sintomas persistentes, mas também destaca os avanços da medicina no combate a doenças complexas — mesmo quando o caminho para o diagnóstico é cheio de incertezas.

Enquanto Fran se prepara para a maratona, a família espera que a conscientização sobre tumores cerebrais ganhe mais espaço, ajudando outros pacientes a encontrarem tratamento adequado a tempo. A coragem de Alissa, que hoje tem 17 anos, segue inspirando todos ao seu redor.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.