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A terrível história dos enforcamentos públicos como forma de punição

Leonardo Ambrosio

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A terrível história dos enforcamentos públicos como forma de punição

Ao longo da história da humanidade, várias foram as formas como nós já punimos os nossos criminosos. E no passado, algumas técnicas de punição eram extremamente violentas e brutais. Se hoje em dia a tortura é proibida em praticamente todos os países do mundo, antigamente era essa uma das formas mais comuns de punir aqueles que de alguma forma transgrediam a lei.

Entre as formas mais cruéis que já foram empregadas ao longo da história está um tipo de enforcamento que ficou conhecido pelo nome em inglês “gibbeting”. Aqueles que eram condenados a passar por este assustador método de tortura não eram submetidos apenas a um processo “simples” de enforcamento. Eles eram enforcados publicamente, dentro de uma gaiola gigante, onde ficavam expostos por vários dias.

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Andrew Dunn/Wikimedia Commons

A ideia, segundo os historiadores, era usar esses condenados como uma espécie de exemplo para os outros cidadãos, desencorajando-os a transgredir a lei. Em muitos casos, os criminosos eram executados antes mesmo de serem colocados na gaiola, mas em outras situações eles eram pendurados ainda vivos, deixados para morrer por conta da exposição e da fome.

Essa prática foi bastante comum na Inglaterra em meados de 1740, e normalmente envolvia homens, já que os cadáveres de mulheres eram muito requisitados por cirurgiões e estudantes de anatomia. Na maior parte das vezes, as mulheres condenadas tinham seus corpos dissecados, em vez de pendurados e expostos ao público.

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Scott Baltjes/flickr

O que é mais assustador é que o “gibbeting” era uma espécie de espetáculo na Inglaterra, responsável por reunir grandes grupos de pessoas, que assistiam encantadas ao show macabro de horror e sofrimento. Mas ainda que testemunhar uma execução deste tipo fosse uma espécie de passatempo para algumas pessoas, morar perto de onde os corpos eram pendurados podia ser um verdadeiro pesadelo. Isso porque os cadáveres eram deixados ao ar livre por meses, às vezes até ano. Isso, obviamente, fazia com que eles rapidamente começassem a exalar um forte odor de podridão, que era sentido a vários quilômetros de distância.

Quem vivia próximo aos locais de enforcamento precisava conviver com o cheiro horrível, até que os pássaros e insetos terminassem de comer os cadáveres. Isso porque normalmente as gaiolas não eram retiradas até que sobrasse apenas o esqueleto para trás.

Mas ainda que algumas pessoas reclamassem do cheiro e se demonstrassem contrárias à prática, as autoridades insistiam em usar essa forma horrível de execução. Nem mesmo algumas dificuldades logísticas, como a falta de mão de obra para produzir as gaiolas e os altos valores para sua produção, faziam com que os governantes abrissem mão desta técnica. Naquela época, as autoridades acreditavam que o segredo para impedir que as pessoas continuassem cometendo crimes estava na aplicação de punições terríveis e assustadoras. No fim das contas, o “gibbeting”, que originalmente era aplicado apenas a condenados por homicídio, passou a ser aplicado também em pessoas condenadas por roubo a correspondências, contrabando e até mesmo crimes menores.

Porém, contrariando as crenças das autoridades britânicas da época, o gibbeting não fez com que as taxas de crime baixassem no país. Talvez seja por isso que a técnica finalmente caiu em desgraça e foi abolida em 1834. Hoje em dia, algumas gaiolas ainda existem e permanecem expostas em museus espalhados pela Inglaterra.

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NotFromUtrecht/Wikimedia Commons

Outra “herança” desta época são os nomes de algumas ruas e estradas inglesas, que levam o nome de criminosos que foram executados por lá. Em última análise, os nomes desses lugares servem como uma espécie de “lembrete” sobre essa época tenebrosa da história britânica.


Com informações do All That’s Interesting.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.

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