A prisão de Luigi Mangione, suspeito pelo assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, trouxe à tona a complexidade do processo para reivindicar recompensas oferecidas por informações cruciais à polícia. Um funcionário do McDonald’s em Altoona, Pensilvânia, que identificou Mangione “agindo de forma suspeita” por volta das 9h15 da manhã de segunda-feira, 9 de dezembro, pode enfrentar desafios inesperados para receber a recompensa combinada de US$ 60 mil oferecida pelo FBI e pelo NYPD (Departamento de Polícia de Nova York).
O caso começou quando Thompson, de 50 anos, foi fatalmente baleado pelas costas na quarta-feira, 4 de dezembro, em frente ao hotel Hilton, em Manhattan. No momento do crime, a UnitedHealthcare estava realizando uma reunião com investidores no local. A investigação levou o NYPD a oferecer uma recompensa de US$ 10 mil por informações que levassem ao suspeito. Posteriormente, o FBI adicionou US$ 50 mil ao valor total da recompensa.
A observação do funcionário do McDonald’s resultou na prisão de Mangione, que estava de posse de documentos falsos, uma “arma fantasma”, um silenciador, roupas e uma máscara que correspondia àquela utilizada pelo atirador registrado em câmeras. Após a prisão, Mangione foi acusado de assassinato e de mais quatro crimes relacionados a armas de fogo.
No entanto, o caminho para reivindicar o dinheiro da recompensa está repleto de obstáculos burocráticos. No caso da parte de US$ 50 mil oferecida pelo FBI, os informantes não podem se indicar sozinhos. Eles precisam ser recomendados por uma agência investigativa, como o FBI ou o Departamento de Defesa. Em seguida, a recomendação é avaliada por um comitê interagências antes de chegar ao Secretário de Estado, que toma a decisão final.
Além disso, o pagamento da recompensa não é automático, pois seu valor depende de diversos fatores, como a importância da informação fornecida, o nível de ameaça, a gravidade do perigo ou dano às pessoas ou propriedades, e o grau de cooperação da fonte.
Já a parte de US$ 10 mil oferecida pelo NYPD, administrada através do programa Crime Stoppers, exige que os informantes obtenham um número de referência único. Esse número é essencial para acompanhar o andamento da investigação e formalizar uma reivindicação junto à Fundação da Polícia de Nova York e ao Conselho de Diretores do Crime Stoppers. Caso o funcionário tenha entrado em contato com o 911 em vez do Crime Stoppers, ele pode ficar inelegível para essa parte da recompensa.
Para complicar ainda mais, ambas as recompensas só serão pagas se a prisão levar a uma acusação formal ou condenação no tribunal. Isso significa que o funcionário do McDonald’s pode enfrentar uma longa espera antes de qualquer pagamento em potencial e, mesmo assim, não há garantia de que ele receberá a recompensa, apesar de seu papel crucial na prisão do suspeito.