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A ‘Porta para o Inferno’, que queima sem parar há mais de 50 anos

Lucas R.

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A Porta para o Inferno, que queima sem parar há mais de 50 anos
A "Porta do Inferno" no Turcomenistão fascina há 50 anos com chamas inextinguíveis, atraindo turistas, cientistas e aventureiros.

A “Porta do Inferno”, um fenômeno geológico singular e cativante, localiza-se no coração do deserto de Karakum, no Turcomenistão. Este poço de fogo, conhecido também como “Cratera de Darvaza”, tem atraído a atenção de cientistas, turistas e aventureiros há mais de cinco décadas. Como uma janela aberta para as profundezas da terra, a cratera tem sido testemunha de um espetáculo ardente que parece não ter fim.

A aventura para se alcançar a “Porta do Inferno” começa com uma jornada árdua pelo deserto. Neste cenário árido, onde as dunas de areia se estendem a perder de vista, a vida parece ter sido suspensa. Viajantes se embrenham pelas estradas não pavimentadas e terrenos inóspitos, em busca da experiência única que é presenciar a cratera em chamas.

Ao se aproximar do local, o calor torna-se cada vez mais intenso e o cheiro de enxofre invade o ar. O contraste entre o ambiente desértico e a cratera em chamas é notável e instigante. As chamas dançantes e crepitantes, em tons de laranja, vermelho e amarelo, parecem querer engolir a vastidão do deserto.

A “Porta do Inferno” tem um diâmetro de aproximadamente 70 metros e uma profundidade de cerca de 20 metros. O poço de fogo, que emana um calor sufocante, é cercado por uma área estéril e devastada, criando um cenário quase apocalíptico. A cratera parece uma ferida aberta no solo, expondo as entranhas da terra e liberando uma energia primordial.

Como a Porta para o Inferno surgiu?

A Porta para o Inferno, que queima sem parar há mais de 50 anos

A origem da “Porta do Inferno” remonta a 1971, quando uma equipe de geólogos soviéticos realizava perfurações em busca de reservatórios de gás natural.

Durante a operação, o solo cedeu inesperadamente, formando um buraco enorme que engoliu a plataforma de perfuração e todo o equipamento. Na tentativa de evitar a liberação descontrolada de gases tóxicos, os cientistas decidiram incendiar o poço, na esperança de que as chamas se extinguissem em alguns dias.

No entanto, o fogo se mostrou inextinguível, e desde então, a “Porta do Inferno” tem queimado incessantemente.

Chamas que não têm fim

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Apesar de sua denominação sombria, a “Porta do Inferno” tem desempenhado um papel importante na ciência e na pesquisa. Os cientistas têm estudado as chamas e os gases que emanam da cratera, a fim de entender melhor a geologia e a composição do subsolo. Além disso, a cratera tem sido uma fonte de inspiração para artistas e escritores, que buscam expressar a beleza enigmática e aterradora desse fenômeno natural.

A “Porta do Inferno” também tem atraído um crescente número de turistas, ávidos por testemunhar essa maravilha natural única. A cratera tem sido palco de eventos esportivos, como corridas de aventura e provas de resistência, e também de projetos artísticos e instalações temporárias. Acampamentos improvisados ao redor da cratera oferecem aos visitantes a oportunidade de passar a noite sob o céu estrelado do deserto, enquanto observam o espetáculo de fogo e luz que ilumina a escuridão.

A visita à “Porta do Inferno” não é uma simples viagem turística, mas sim uma jornada que desafia os limites do corpo e da mente. Aqueles que se aventuram a explorar esse fenômeno natural são recompensados com a visão das chamas dançantes e o som do crepitar do fogo, que parecem invocar o poder e o mistério da natureza em sua forma mais selvagem e indomável.

Embora a “Porta do Inferno” seja uma lembrança constante da interferência humana e dos riscos associados à exploração de recursos naturais, ela também representa a resiliência e a adaptabilidade da natureza. Mesmo em meio ao deserto estéril e às chamas incessantes, formas de vida encontram maneiras de sobreviver e prosperar, como pequenos roedores e insetos que se adaptaram às condições extremas do local.

A “Porta do Inferno” é, sem dúvida, um dos fenômenos geológicos mais intrigantes e impressionantes do mundo. Há mais de 50 anos, as chamas que consomem a cratera de Darvaza mantêm-se vivas, desafiando as expectativas e proporcionando uma visão única das forças elementares que moldam a Terra.

Enquanto o fogo continua a queimar (e assim o deve fazer por longos anos), a “Porta do Inferno” permanece como um lembrete da imprevisibilidade e do poder da natureza.

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.