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Em 1908, uma explosão de proporções gigantes devastou uma área remota da Sibéria, agitando a paisagem gélida e derrubando mais de 80 milhões de árvores. Até hoje não se sabe exatamente o que aconteceu naquele dia, mas acredita-se que a explosão tenha sido pelo menos 1000 vezes mais forte que provocada pela queda bomba atômica em Hiroshima.
Tudo aconteceu em 30 de junho de 1908, aproximadamente às 7h17 do horário local. Nesse exato momento, vários moradores da região de Krasnoyarsk Krai acordaram com uma luz estonteante no céu, quase tão brilhante quanto o sol, e se movimentando a uma grande velocidade. Instantes depois da passagem dessa luz, uma forte explosão foi escutada, com ondas de impacto se espalhando por muitos quilômetros, quebrando janelas, arrastando árvores e jogando pessoas longe mesmo com tanta distância entre o ponto de queda da bomba e o local habitado mais próximo.

S.B. Semenov foi um dos sobreviventes do evento, e até hoje ele lembra do terror daquele dia.
“Ao longo da Estrada de Tunguska, o céu se partiu em dois, e o fogo tomou conta da floresta. A divisão no céu crescia cada vez mais, e toda a parte norte ficou coberta com fogo. Naquele momento eu fiquei com tanto calor que eu quase não conseguia suportar, como se minha camiseta estivesse pegando fogo. Eu quis arrancar minha camisa e jogá-la longe, mas então o céu fechou completamente, e pude ouvir um grande estampido. Imediatamente, fui arremessado a alguns metros de distância”, disse a testemunha.
Outros relatos da época dão conta de que foram encontradas carcaças de animais totalmente carbonizadas nas imediações da explosão. Nos destroços, nada resistiu. Animais, casas, pertences, tudo foi queimado.
Causas da explosão
Como na época ninguém fazia ideia do que havia acontecido, muitos proprietários de minas de ouro da área começaram a acusar seus concorrentes de terem dinamitado propositalmente a região, com fins de sabotagem. Não demorou, no entanto, para que isso fosse totalmente descartado.

Um pouco de mais de uma década depois, em 1921, cientistas soviéticos concluíram que a explosão provavelmente havia sido causada por um meteoro, e por tanto todos os esforços científicos foram voltados para a tentativa de encontrar a cratera e os resquícios de tal meteoro. Até hoje, no entanto, absolutamente nada foi encontrado neste sentido.
Por isso, várias outras teorias começaram a surgir. O astrônomo F.J.W. Whipple, por exemplo, sugere que a explosão pode ter sido provocada por um pequeno cometa, e não um meteoro. Isso explicaria a ausência de uma cratera, uma vez que o cometa pode ter explodido assim que entrou na atmosfera, espalhando um rastro de destruição, mas sem se chocar de fato contra o nosso planeta. Isso também poderia explicar as luzes vistas no céu, que podem ter sido causadas pelo trajeto do cometa. Além disso, outros cientistas sugerem que a explosão pode ter sido provocada pelo vazamento repentino de uma grande quantidade de gás natural, a partir de uma rachadura na crosta da Terra.
Até hoje, no entanto, a explosão de Tunguska não conseguiu deixar de ser um mistério, e todas suas teorias ainda carecem de comprovações.