A Lua está se afastando da Terra e isso tem um grande impacto no tempo

por Lucas Rabello
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A relação entre a Terra e seu companheiro celestial revela descobertas fascinantes sobre os ritmos temporais do nosso planeta. Pesquisas científicas recentes descobriram que a força gravitacional da Lua afeta não apenas nossas marés, mas influencia fundamentalmente a duração dos nossos dias.

Na sua posição atual, a mais de 384.000 quilômetros da Terra, a Lua continua a moldar a habitabilidade do nosso planeta. Sua força gravitacional ajuda a manter a estabilidade da Terra ao controlar a inclinação axial do planeta, prevenindo oscilações erráticas que poderiam tornar a vida como conhecemos impossível.

Em 2018, um estudo revolucionário liderado pelo Professor Stephen Meyers, da Universidade de Wisconsin-Madison, revelou detalhes intrigantes sobre essa conexão cósmica. “À medida que a Lua se afasta, a Terra é como uma patinadora que desacelera ao estender os braços”, explicou Meyers. Sua equipe de pesquisa utilizou a Astrocronologia – um método que combina teoria astronômica com observação geológica – para explorar o passado distante da Terra.

As descobertas pintam um quadro diferente dos dias antigos da Terra. De acordo com a pesquisa, há 1,4 bilhão de anos, um dia na Terra durava apenas 18 horas. Essa menor duração do dia resultava da proximidade maior da Lua ao nosso planeta naquela época.

Através da análise de uma formação rochosa de 90 milhões de anos, os pesquisadores descobriram que a Lua está atualmente se afastando da Terra a uma taxa de 3,81 centímetros por ano. Esse afastamento gradual tem implicações diretas na rotação da Terra e na duração dos nossos dias.

O Professor Alberto Malinvero, coautor do estudo, compartilhou seu entusiasmo com a descoberta: “Foi emocionante porque, de certa forma, você sonha com isso o tempo todo; eu era uma solução em busca de um problema.”

Os cálculos da equipe de pesquisa sugerem que, na história inicial da Terra, a Lua estava tão próxima que as forças gravitacionais da Terra poderiam potencialmente tê-la despedaçado. No entanto, com a Lua tendo 4,5 bilhões de anos, os cientistas reconhecem possíveis imprecisões em seus cálculos para períodos de tempo tão distantes.

O estudo visava desenvolver escalas de tempo geológico antigas, como observou o Professor Meyers: “Uma de nossas ambições era usar a Astrocronologia para contar o tempo no passado mais distante, para desenvolver escalas de tempo geológico muito antigas. Queremos ser capazes de estudar rochas que têm bilhões de anos de uma maneira comparável a como estudamos processos geológicos modernos.”

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.