O dia 26 de fevereiro de 2016 amanheceu ensolarado e bastante propício para a pesca nas ilha de Mindanao, nas Filipinas. E pescar era exatamente o plano do jovem Christopher Rivas, de 23 anos, morador de Barobo, nas proximidades da ilha. Mas o que ele e os amigos que o acompanhavam na pescaria não esperavam é que eles estavam prestes a fazer uma descoberta que chamaria a atenção do mundo inteiro. Naquele dia, Christopher e seus amigos encontraram um iate à deriva, visivelmente destruído e com o mastro quebrado, indicando que claramente havia acontecido algum acidente envolvendo a embarcação. Quando os pescadores entraram no iate, fizeram uma descoberta arrepiante. Dentro dele, estava o corpo surpreendentemente bem preservado de um homem (Manfred Bajorat). Sem pensar duas vezes, eles chamaram a polícia.

O mistério de Manfred Bajorat
As autoridades descobriram, a partir da análise do interior da embarcação, que o homem era Manfred Fritz Bajorat, um marinheiro alemão de 59 anos de idade. A causa da morte foi apontada como ataque cardíaco, e acredita-se que o corpo de Manfred tenha ficado à deriva por semanas até que fosse encontrado. Para os especialistas, o ar carregado em sal foi responsável por praticamente ‘mumificar’ o cadáver. “O ar, o calor e o sal do mar são muito propícios à mumificação”, disse Peter Vanezis, professor de patologia forense da London School of Medicine and Dentistry.

Como não poderia ser diferente, esta descoberta assustadora fez manchetes no mundo inteiro, e muitas pessoas começaram a se perguntar como o homem foi parar sozinho no oceano. E parte dos questionamentos foi respondida por uma carta que Manfred deixou para trás: “Durante trinta anos, nós estivemos no mesmo caminho. Então o poder dos demônios foi mais forte que o desejo de viver. Você se foi. Que a sua alma encontre paz. Do seu Manfred”.
No interior da embarcação também foram encontradas várias fotos de família, todas mostrando Manfred feliz ao lado da sua esposa e da sua filha. Desde fotos em grandes pontos turísticos da Europa até momentos singelos, como pique-niques, os álbuns revelaram uma vida alegre em família. Uma das fotos, que mostrava o homem segurando um bebê, tinha uma legenda: “Nossa primeira vez com nosso pequeno Button no mar”.

Não demorou muito para que a Embaixada Alemã em Mindanao entrasse em contato com a família de Manfred. Conversando com eles, a embaixada descobriu que sua ex-mulher havia morrido de câncer em 2010, e que ele estava navegando por aí sozinho durante vários anos. Marinheiro experiente, Manfred Bajorat possivelmente passou seus últimos anos lamentando a dissolução da sua família. De acordo com a filha do marinheiro, Nina, que foi até as Filipinas para reconhecer o corpo do pai, ele havia se separado da esposa em 2008, e vivia há alguns anos no mar.
Manfred chegou a realizar vários trajetos incríveis, mesmo para marinheiros experientes, indo de Singapura até Durban, na África do Sul, e chegando até a ilha espanhola de Mallorca. De acordo com algumas fontes, o marinho não era visto pessoalmente por ninguém desde 2009, e ao que tudo indica Manfred Bajorat decidiu passar seus últimos anos no mar.
Com informações do portal ‘AllThat’sInteresting‘.