Pode ser difícil de acreditar, mas todos no planeta estão relacionados entre si, matematicamente e geneticamente, se recuarmos o suficiente no tempo.
Esse conceito pode parecer surpreendente, mas os números reais por trás dele são realmente impressionantes.
Em 2013, Peter Ralph, da USC Dornsife, e Graham Coop, geneticista da Universidade da Califórnia, EUA, conduziram um estudo usando matemática, estatística e análise de dados genômicos para provar que todos na Terra estão relacionados a todas as outras pessoas, em algum momento.
Ele disse: “O fato de todos terem dois pais significa que o número de ancestrais de cada indivíduo dobra a cada geração.”
Ralph explicou que, usando a matemática básica, dez gerações atrás, cada indivíduo tinha mil ancestrais e, 20 gerações atrás, eles tinham um milhão. Mas, quando chegaram a 40 gerações atrás, na época de Carlos Magno, descobriram que cada pessoa tinha um trilhão de ancestrais, o que é mais do que o número de pessoas vivas naquela época. Isso levou Ralph e Coop a deduzir que muitos desses ancestrais devem ser a mesma pessoa.
Essa ideia pode ser visualizada pensando em uma árvore genealógica. A princípio, parece uma árvore, com os galhos dobrando a cada geração, mas logo os galhos começam a se cruzar e se transformar em uma tapeçaria semelhante a uma teia, à medida que primos distantes se casam e dividem avós distantes.
Esta pesquisa apóia a ideia de que todos nós temos ancestrais comuns e que a geração de todos os ancestrais viveu há cerca de 3.400 anos.
O estudo baseou-se em um artigo de 1999 do estatístico de Yale, Joseph Chang, que concluiu que todos devemos compartilhar um ancestral comum e que todos os indivíduos que têm descendentes entre os indivíduos atuais são, na verdade, ancestrais de todos os indivíduos atuais.
Ralph e Coop concentraram sua pesquisa genética na Europa e conseguiram confirmar as afirmações de Chang. Ralph explicou que o comprimento de uma sequência de DNA compartilhada mostra quão próximas ou distantes duas pessoas estão relacionadas.
Portanto, quanto mais tempo atrás um ancestral estiver, mais curto provavelmente será o pedaço de DNA. A pesquisa confirmou que todos os que viveram na Europa há mil anos e tiveram filhos são ancestrais de todos os vivos hoje que têm algum ancestral europeu.
Essa constatação é um pouco confusa, mas se presta à ideia de que todos no mundo estão relacionados uns aos outros, mesmo que apenas distantemente. Embora você não vá se casar com seu primo em primeiro grau, você deve saber que todas as outras pessoas no mundo têm algum tipo de parentesco com você, mesmo que muito, muito distante.