O mais recente thriller de M. Night Shyamalan, “Armadilha,” se inspira em uma fascinante operação policial da vida real, misturando fato e ficção para criar uma experiência cinematográfica envolvente. O filme, estrelado por Josh Hartnett, conta a história de um serial killer chamado Cooper Adams que se encontra em uma situação tensa enquanto assiste a um concerto com sua filha.
Embora o personagem de Cooper Adams seja fictício, Shyamalan baseou a premissa do filme em uma engenhosa operação policial conduzida em Washington D.C. em 1985. Esta operação, conhecida como “Operação Flagship,” foi um esforço conjunto do Serviço de Delegados dos Estados Unidos e do Departamento de Polícia Metropolitana para prender criminosos procurados de uma maneira inesperada.
O plano engenhoso envolvia enviar convites para aproximadamente 3.000 fugitivos, oferecendo a eles ingressos gratuitos para um jogo de futebol americano altamente aguardado do Washington Redskins. O jogo estava em alta demanda, tornando a oferta particularmente atraente. Os convites também incluíam um convite para um brunch pré-jogo no Centro de Convenções de Washington.
Os oficiais da lei passaram seis semanas preparando a operação, trazendo até mesmo delegados de fora da área para evitar que os criminosos locais reconhecessem rostos familiares. No dia do evento, 167 dos fugitivos convidados apareceram no centro de convenções, ansiosos para reivindicar seus prêmios. Mal sabiam eles que estavam entrando em uma armadilha cuidadosamente orquestrada.
Quando os criminosos desavisados chegaram, foram recebidos por oficiais disfarçados como funcionários de uma empresa chamada Flagship International. As identidades dos fugitivos foram verificadas e eles foram divididos em grupos menores. Esse movimento estratégico permitiu que a polícia realizasse as prisões de maneira mais eficiente e segura. Ao final da operação, 101 indivíduos procurados foram presos com sucesso.
Shyamalan ficou particularmente impressionado com a natureza audaciosa e quase cômica da operação. Ele descreveu à revista Empire como os oficiais se disfarçaram de líderes de torcida e mascotes, dançando enquanto os fugitivos entravam no recinto. O diretor achou todo o cenário “distorcido e engraçado,” o que provavelmente inspirou o tom tenso e ao mesmo tempo humorístico de “Armadilha.”
A premissa do filme, com um serial killer preso em um espaço público com seu próprio filho, adiciona uma camada extra de complexidade à história. As primeiras críticas de “Armadilha” têm sido amplamente positivas, com elogios à performance de Hartnett, considerada tanto assustadora quanto sutil. Sua habilidade em alternar entre uma figura paterna carinhosa e um assassino calculista foi destacada como um aspecto marcante do filme.
Veja o trailer abaixo:
Os críticos também notaram que “Armadilha” se encaixa bem dentro da filmografia diversificada de Shyamalan, descrevendo-o como uma adição “deliciosamente complicada” que desafia categorizações fáceis. A habilidade do diretor em misturar suspense, drama e reviravoltas inesperadas parece estar totalmente presente nesta última obra.
À medida que “Armadilha” se prepara para seu lançamento nos cinemas brasileiros em 8 de agosto, o público pode esperar um thriller que não apenas entretém, mas também lança luz sobre um intrigante pedaço da história da aplicação da lei.
A abordagem de Shyamalan em “Armadilha” continua a tradição de filmes de horror e thriller que se baseiam em eventos da vida real, seguindo os passos de clássicos como “Invocação do Mal,” “A Hora do Pesadelo” e “O Silêncio dos Inocentes.” Ao fundamentar sua narrativa em uma história verdadeira, Shyamalan adiciona uma camada extra de intriga para os espectadores, convidando-os a considerar a tênue linha entre realidade e imaginação no mundo do crime e do castigo.
