Oponente que enfrentará boxeadora que falhou em teste de elegibilidade de gênero se pronuncia

por Lucas Rabello
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O mundo do boxe olímpico foi abalado recentemente por uma controvérsia envolvendo a boxeadora argelina Imane Khelif. A situação levantou debates sobre elegibilidade de gênero e justiça nos esportes, além de destacar a complexa relação entre as organizações esportivas internacionais.

Khelif, que tem competido em torneios de boxe feminino há anos, incluindo nas Olimpíadas de Tóquio 2020, enfrentou recentemente a boxeadora italiana Angela Carini em uma luta que terminou abruptamente. Apenas 46 segundos após o início do combate, Carini desistiu da luta. Mais tarde, ela explicou sua decisão, dizendo: “Entrei no ringue para lutar. Eu não desisti, mas um soco doeu demais e então eu disse chega. Estou saindo com a cabeça erguida.”

A controvérsia surgiu de um teste de elegibilidade de gênero realizado pela Associação Internacional de Boxe (IBA). Este teste alegadamente encontrou que Khelif tinha cromossomos XY, tipicamente associados aos homens, e níveis elevados de testosterona. No entanto, é importante notar que a IBA não tem mais autoridade sobre o boxe olímpico. O Comitê Olímpico Internacional (COI) retirou o status da IBA como órgão regulador do esporte em 2023, citando problemas de governança e alegações de corrupção.

Apesar dos resultados do teste da IBA, Khelif continua a competir na categoria feminina nas Olimpíadas. Isso gerou reações mistas de outros atletas e oficiais. A próxima adversária de Khelif, a húngara Anna Luca Hamori, expressou uma postura ousada sobre o assunto. Hamori declarou: “Não estou com medo. Não me importo com a história da imprensa e das redes sociais. Se ela ou ele for um homem, será uma vitória maior para mim se eu vencer.”

Anna Luca Hamori, da Hungria, enfrentará Khelif.

Anna Luca Hamori, da Hungria, enfrentará Khelif.

O Comitê Olímpico Argelino defendeu Khelif, condenando o que chamam de “ataques maliciosos e antiéticos” contra a atleta por certos meios de comunicação estrangeiros. Eles apoiam firmemente sua competidora, enfatizando seu status como uma atleta distinta.

Essa controvérsia não é isolada a Khelif. Outra boxeadora, Lin Yu-ting, de Taiwan, também foi desqualificada pela IBA após não atender aos critérios de um teste de gênero não especificado. Em resposta, o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, pediu apoio nacional a Lin, incentivando os cidadãos a “se unirem e torcerem por ela.”

O COI divulgou uma declaração abordando a situação. Eles esclareceram que todos os atletas participantes do torneio de boxe das Olimpíadas de Paris 2024 cumprem os regulamentos de elegibilidade e inscrição da competição, bem como todas as regulamentações médicas aplicáveis. O COI enfatizou que as classificações de gênero e idade para o boxe olímpico são baseadas nos passaportes dos atletas, como tem sido a prática em competições olímpicas anteriores.

Além disso, o COI apontou que tanto Khelif quanto Lin têm competido em eventos internacionais de boxe feminino por muitos anos, incluindo Jogos Olímpicos anteriores e Campeonatos Mundiais da IBA. A declaração descreveu a desqualificação dessas atletas pela IBA como uma “decisão súbita e arbitrária” tomada “sem qualquer devido processo” no final dos Campeonatos Mundiais da IBA de 2023.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.