Imagine ter dois de quase tudo em seu sistema reprodutivo. Para Evelyn Miller, uma mulher australiana, isso não é apenas imaginação – é sua realidade diária. Evelyn tem uma condição rara chamada útero didelfo, que no seu caso significa que ela tem duas vaginas, dois úteros, dois cérvices e dois ovários (um de cada lado). Ela até tem dois pontos G. Essa anatomia incomum lhe rendeu o apelido de “a mulher com duas vaginas”.
A jornada de Evelyn para entender seu corpo não foi simples. Por anos, ela sentiu que algo não estava certo, mas foi só quando recebeu seu diagnóstico que tudo se encaixou. O útero didelfo é uma condição extremamente rara, e o caso de Evelyn é particularmente único devido à duplicação completa de seus órgãos reprodutivos.
Embora essa condição possa parecer alarmante, Evelyn encontrou maneiras de abraçar os pontos positivos. Ela é aberta ao discutir suas experiências e até descobriu que sua anatomia única pode tornar sua vida sexual mais excitante. Como ela diz: “Honestamente, os pontos positivos – em termos de sexo e tudo mais – provavelmente se equilibram.” Ela observa que ter dois pontos G pode levar a orgasmos mais intensos, adicionando um lado positivo à sua situação.
No entanto, viver com útero didelfo não é sem desafios. Evelyn enfrenta riscos significativos à saúde, particularmente quando se trata de câncer cervical. Ter dois cérvices a coloca em um risco “realmente, realmente alto”, como ela explica. A gravidez e o parto também vêm com complicações aumentadas. Evelyn é mãe de dois filhos, mas ambas as crianças nasceram muito pequenas e precisaram de tempo na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN). Ela teve que fazer cesariana, pois um parto vaginal teria sido muito arriscado.
A menstruação é outra área onde a condição de Evelyn causa dificuldades. Ela descreve seus períodos como “realmente, realmente ruins”, experimentando cólicas intensas em ambos os úteros simultaneamente. Como ela diz: “A dor é muito intensa, porque tenho cólicas nos dois.” Essa dose dupla de desconforto menstrual é, sem dúvida, desafiadora de administrar.
Dados esses problemas de saúde, pode-se imaginar se Evelyn considerou intervenção cirúrgica. No entanto, não é uma solução simples. Remover um útero significaria eliminar metade de sua fertilidade, já que cada útero está conectado a um ovário. Como Evelyn explica: “Não que eu queira mais filhos, mas estaria eliminando metade da minha fertilidade. Você não sabe quantos óvulos tem por ovário.”
Ela explorou a possibilidade de uma histerectomia dupla para aliviar seus graves sintomas menstruais, mas os médicos desaconselharam. O procedimento seria extremamente complicado devido à sua anatomia única, com riscos de danificar seus rins ou intestino. Como Evelyn declara resignadamente: “Então, é, vou apenas sofrer até os 50 anos e ficar quente e suada e sofrer de novo.”
Apesar desses desafios, Evelyn mantém uma perspectiva positiva e até encontra humor em sua situação. Ela se tornou uma defensora da positividade corporal e da exploração sexual, usando plataformas como OnlyFans para compartilhar suas experiências. Ela até brinca sobre as reações dos homens quando eles descobrem sobre sua condição, dizendo: “Eu gosto do terror no rosto do homem quando eu conto, posso ver que eles querem fugir, mas não podem naquele ponto – isso é bem legal.”