Mulher diagnosticada como psicopata explica como é ter a condição

por Lucas Rabello
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A psicopatia é um transtorno de personalidade complexo e muitas vezes mal compreendido. Recentemente, uma pessoa diagnosticada como psicopata, chamada M.E Thomas, que também é advogada e autora, compartilhou suas experiências e insights, lançando luz sobre como indivíduos com essa condição percebem o mundo ao seu redor.

A psicopatia, oficialmente conhecida como transtorno de personalidade antissocial (TPAS), é caracterizada pela falta de empatia, comportamento manipulador e desconsideração pelas consequências de suas ações. Pessoas com TPAS podem representar uma ameaça para os outros devido a possíveis tendências violentas. No entanto, é importante notar que a maioria dos indivíduos com psicose é mais propensa a se machucar do que machucar os outros.

Embora a prevalência da psicopatia completa seja relativamente baixa, com apenas cerca de 0,6% da população britânica atendendo aos critérios clínicos, segundo um estudo local, surpreendentemente 30% das pessoas podem exibir algum nível de traços psicopáticos. Essa estatística vem do grupo de conscientização PsychopathyIs, dedicado a educar o público sobre essa condição.

Em uma recente aparição no podcast “What It Was Like”, Thomas discutiu suas experiências como uma psicopata diagnosticada. Uma das revelações mais intrigantes foi seu desconforto com emoções humanas, particularmente o choro. Ela explicou sua perspectiva, dizendo: “Eu nunca me senti confortável com pessoas chorando. Então, as pessoas choravam e eu pensava, ‘isso é uma tática de manipulação?'”

Thomas continuou descrevendo sua reação quando confrontada com demonstrações emocionais genuínas: “E então, se continuasse e parecesse sério, eu pensava ‘uau, eu não vi isso chegando, elas definitivamente saíram do que eu projetei que elas diriam ou fariam hoje.'”

Essa dificuldade em entender e se relacionar com emoções se estende até mesmo à sua própria família. Ao discutir o choro frequente de sua irmã, Thomas usou uma linguagem notavelmente desapegada: “Minha irmã chorava muito também e eu ficava tipo, ‘eu não entendo por que ela está constantemente vazando de tanto chorar’, é como se todo dia tivesse um novo vazamento dela, como boca e nariz, até os olhos, sabe.”

O anfitrião do podcast, Julian Morgans, notou a natureza clínica da descrição de Thomas, destacando o quão distante ela parecia da experiência emocional do choro. Esse distanciamento é uma característica marcante da psicopatia, onde os indivíduos têm dificuldade em se conectar tanto com suas próprias emoções quanto com as dos outros.

Thomas, que é autora do livro “Confessions of a Sociopath, A Life Spent Hiding in Plain Sight”, tem sido aberta sobre seus desafios em se relacionar com emoções. Em um artigo de 2022 na Newsweek, ela escreveu: “Eu também tive tradicionalmente dificuldades em me relacionar com minhas próprias emoções, muito menos com as emoções de outras pessoas.”

Ela explicou ainda como esse desconecte emocional afetou suas interações desde jovem: “Eu aprendi quando era muito jovem que as pessoas frequentemente se sentiam repulsas por mim – pela minha necessidade crônica de saber que elas rotulavam como ‘curiosidade’, pela maneira como eu podia ler suas mentes e usar seus medos e inseguranças ocultos para manipulá-las, e pela maneira como eu não mostrava empatia para aqueles que eu usava sem culpa.”

Esses insights de Thomas fornecem um raro vislumbre da mente de alguém diagnosticado com psicopatia. Eles destacam os desafios significativos que esses indivíduos enfrentam ao navegar nas interações sociais e entender sinais emocionais que a maioria das pessoas considera garantido.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.