Médicos ficam em choque ao descobrir feto dentro da cabeça de menina de um ano

por Lucas Rabello
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Em um caso médico chocante, cirurgiões em Xangai, China, realizaram uma operação complexa em uma menina de um ano para remover o que descreveram como um “gêmeo não nascido parasita” de seu cérebro. A condição rara, conhecida como feto em feto (FIF), foi descoberta após a criança apresentar atrasos no desenvolvimento motor e na fala.

O caso, detalhado em um estudo publicado no American Journal of Case Reports, revela que anormalidades foram detectadas pela primeira vez durante um exame pré-natal de 33 semanas. No entanto, devido a limitações de espaço, uma ressonância magnética não pôde fornecer informações mais detalhadas na época.

Nascida com uma circunferência craniana grande, o desenvolvimento da criança continuou a levantar preocupações. Aos um ano de idade, ela só conseguia dizer “mamãe”, o que levou a uma investigação médica mais aprofundada. Uma tomografia computadorizada da cabeça realizada em Xangai revelou uma grande massa medindo 13 cm de diâmetro dentro do hemisfério cerebral da criança, a região do cérebro responsável pela função muscular, fala e aprendizado.

A massa continha estrutura óssea interna e tinha um limite liso. Os médicos observaram hidrocefalia em ambos os ventrículos e no terceiro ventrículo, com uma forma fetal em um nível contínuo e compressão aparente perto do parênquima cerebral.

A tomografia computadorizada da cabeça da criança de um ano (Neurology Journals/ Zongze Li et al)

A tomografia computadorizada da cabeça da criança de um ano (Neurology Journals/ Zongze Li et al)

Feto em feto é uma anomalia de desenvolvimento extremamente rara, estimada em ocorrer em um a cada meio milhão de nascimentos vivos, de acordo com um estudo no Medical Journal of Australia. Nessa condição, um feto malformado é encontrado dentro do corpo de seu gêmeo. O fenômeno ocorre quando um gêmeo para de se desenvolver, mas permanece anexado ao outro gêmeo, que continua a crescer.

Dada a complexidade do caso, os médicos decidiram realizar uma craniotomia, um procedimento cirúrgico que envolve a remoção de parte do osso do crânio para expor o cérebro. Após a ressecção completa da massa, os médicos observaram formas de boca, olho, braço e mão dentro do tecido removido.

Apesar dos extensos exames pré-operatórios, testes laboratoriais e cuidadoso planejamento cirúrgico, a paciente experimentou complicações graves após a cirurgia. A menina de um ano sofreu convulsões que se mostraram difíceis de controlar. Tragicamente, ela faleceu 12 dias após a operação.

O estudo conclui que, embora os teratomas possam ser distinguidos com base na anatomia e na imagem, a ressecção cirúrgica permanece como o único tratamento curativo para feto em feto. No entanto, o prognóstico para tais casos é frequentemente pobre.

A comunidade médica continua a estudar casos como este para melhorar a compreensão do feto em feto e desenvolver estratégias de tratamento mais eficazes. À medida que a pesquisa avança, os médicos esperam aprimorar tanto as capacidades diagnósticas quanto os resultados cirúrgicos para pacientes afetados por essa condição rara.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.