Oliver, o ‘humanzé’, foi uma vez considerado um possível ‘elo perdido’ na evolução, graças às suas características marcantemente humanas e estilo de caminhar. Este chimpanzé incomum foi capturado na República Democrática do Congo e ficou aos cuidados dos treinadores Frank e Janet Berger em 1970. Suas características únicas levaram muitos a acreditar que ele era um híbrido humano-chimpanzé — um ‘humanzé’.
Oliver se destacava com sua cabeça pequena, rosto achatado e nariz pronunciado, fazendo-o parecer mais humano do que um chimpanzé comum. Ele preferia andar ereto sobre duas pernas, em vez do tradicional andar sobre os nós dos dedos dos chimpanzés. Adicionando ao seu visual distinto, Oliver tinha a cabeça careca, orelhas pontudas colocadas mais altas do que o normal e sardas. Ao contrário de outros chimpanzés, ele não tinha a típica barba branca curta e a mandíbula proeminente.
As pessoas pensavam que Oliver era o ‘elo perdido’, um termo que os biólogos na verdade não usam. Eles preferem ‘último ancestral comum’ porque a evolução não é uma linha reta de formas evoluindo uma após a outra. Os cientistas mais tarde confirmaram que Oliver não era um híbrido humano-chimpanzé, apesar de suas características estranhas.
Quando imagens de Oliver reapareceram, assustaram muitos espectadores. Uma pessoa comentou: “Uau, lembro que isso realmente me assustou.” Outra disse: “Não vou conseguir dormir depois de ver aquele rosto. É o rosto mais assustador. De todos.”
Em 1975, Frank e Janet venderam Oliver para o advogado de Manhattan Michael Miller, que então o passou para Ralph Helfer, co-proprietário do parque temático Enchanted Village em Buena Park, Califórnia. Em 1989, Oliver acabou na Buckshire Corporation, um laboratório na Pensilvânia que alugava animais para testes científicos e cosméticos. Coitado do Oliver, teve uma vida difícil, eventualmente ficando parcialmente cego e artrítico.
Oliver foi então levado para Primarily Primates, um santuário ao ar livre no Texas. O santuário observou que “Oliver era uma alma gentil que despertava a bondade nos outros chimpanzés.” Curiosamente, Oliver mostrava preferência por humanos em vez de chimpanzés, chegando a se sentir atraído sexualmente pelo seu cuidador. Um cuidador de 2012 lembrou: “Ele adorava sorvete de coco — isso arrancava as maiores gargalhadas. Mas se ele não gostasse de algo, ele devolvia a tigela para você — como a vez que ele experimentou pudim de pistache sem açúcar.”
Infelizmente, em junho de 2012, Oliver foi encontrado imóvel na rede do cineasta Andy Cockrum, falecendo aos 55 anos. Apesar de sua morte, Oliver deixou uma impressão duradoura. Foram feitos planos para homenageá-lo com um habitat de enriquecimento. Dois anos após sua morte, Primarily Primates e Friends of Animals inauguraram um novo habitat chamado Oliver’s Playground, situado onde Oliver viveu durante seu tempo no santuário.
A evolução dos primatas
A evolução dos primatas é um processo complexo e fascinante que se estende por milhões de anos. Os primatas surgiram há aproximadamente 65 milhões de anos, logo após a extinção dos dinossauros. Inicialmente, esses primeiros primatas eram pequenos animais arborícolas, adaptados para viver em árvores com características como dedos longos e flexíveis, visão estereoscópica e cerebros relativamente grandes em relação ao corpo. Essas adaptações foram cruciais para sua sobrevivência e eventual diversificação em uma variedade de espécies.
À medida que os primatas evoluíam, surgiram duas grandes linhagens: os prosímios e os antropoides. Os prosímios, que incluem os lêmures e os loris, mantiveram muitas características primitivas e são encontrados principalmente em Madagascar e algumas partes da África e da Ásia.
Por outro lado, os antropoides, que incluem macacos, grandes símios e humanos, desenvolveram características mais avançadas, como maior capacidade cerebral e estruturas sociais complexas. Entre os antropoides, os macacos do Novo Mundo e do Velho Mundo divergiram há cerca de 40 milhões de anos, cada um adaptando-se a diferentes ambientes e nichos ecológicos.
A linha evolutiva que leva aos humanos se separou dos outros grandes símios, como os chimpanzés e gorilas, há cerca de 6 a 7 milhões de anos. Esse ramo da árvore evolutiva deu origem ao gênero Homo, com várias espécies de hominídeos que apresentavam bipedalismo, uso de ferramentas e comunicação avançada.
O Homo sapiens, nossa espécie, surgiu na África há cerca de 300.000 anos e gradualmente se espalhou pelo mundo, desenvolvendo culturas e civilizações complexas.