Amanhã, a Terra experimentará um encontro próximo com uma das maiores rochas espaciais conhecidas na categoria de asteroides potencialmente perigosos. O asteroide, designado 2011 UL21, é classificado como um “assassino de planetas” devido ao seu tamanho. Estima-se que tenha uma massa de aproximadamente 21 bilhões de toneladas, viajando pelo sistema solar a uma velocidade de 25 quilômetros por segundo.
Apesar da designação ameaçadora, a ameaça do 2011 UL21 é mínima. Descoberto inicialmente em 2011, o asteroide foi calculado com uma chance de uma em um milhão de impactar a Terra até 2029. No entanto, observações adicionais rapidamente reduziram a incerteza de sua órbita. Em poucas semanas, a probabilidade de uma colisão antes do final desta década foi reduzida para 1 em 71 milhões. Cálculos atuais sugerem que a probabilidade de um impacto no próximo século é praticamente zero.
A aproximação iminente trará o 2011 UL21 a uma distância de aproximadamente 6,6 milhões de quilômetros da Terra. Esta distância equivale a 17 vezes a separação média entre a Terra e a Lua. Estima-se que o asteroide tenha um diâmetro de 2,3 quilômetros, embora seu tamanho possa variar entre 1,7 e 3,9 quilômetros. Esta aproximação pode proporcionar aos astrônomos uma oportunidade de refinar suas estimativas de tamanho.
Gianluca Masi, astrofísico e diretor científico do Virtual Telescope Project, explicou os critérios para um Asteroide Potencialmente Perigoso (PHA). “O termo ‘Asteroide Potencialmente Perigoso’ (PHA) é uma definição formal precisa, referindo-se a planetas menores com mais de aproximadamente 140 metros que podem se aproximar a menos de 7,5 milhões de km da Terra”, afirmou Masi. “Em outras palavras, apenas os maiores asteroides capazes de se aproximar o suficiente do nosso planeta são classificados como PHAs, o que não significa que vão colidir com a Terra, mas que, mesmo assim, merecem melhor monitoramento.”
De acordo com dados do Center for Near Earth Object Studies (CNEOS) do Jet Propulsion Laboratory, Masi observou que o 2011 UL21 está entre os 10 maiores asteroides a se aproximar a menos de 7,5 milhões de quilômetros da Terra desde 1º de janeiro de 1900. A aproximação mais próxima de um objeto maior nas últimas décadas foi pelo asteroide Toutatis em 2004, que passou a mais de um milhão de quilômetros de distância.
Embora o 2011 UL21 passe mais perto da Terra em 2089, ainda estará longe o suficiente para não causar preocupação entre os cientistas. No entanto, as agências espaciais permanecem vigilantes quanto a potenciais ameaças do espaço. Um recente exercício de simulação revelou lacunas significativas na atual preparação para tais eventos.
Coincidindo com a aproximação, este domingo marca o Dia do Asteroide, um evento destinado a aumentar a conscientização sobre os riscos de asteroides e as medidas que podem ser tomadas para mitigá-los.
O que são asteroides?
Asteroides são corpos celestes rochosos que orbitam o Sol, principalmente concentrados na região conhecida como Cinturão de Asteroides, localizada entre as órbitas de Marte e Júpiter. Esses objetos variam significativamente em tamanho, desde pequenos fragmentos com poucos metros de diâmetro até enormes corpos com centenas de quilômetros. Embora muitos permaneçam em suas órbitas estáveis, alguns asteroides podem ser desviados por interações gravitacionais, levando-os a se aproximar da Terra e de outros planetas.
A monitorização de asteroides potencialmente perigosos é uma tarefa crucial para a segurança planetária. Agências espaciais, como a NASA, utilizam telescópios e outras tecnologias avançadas para rastrear e catalogar esses objetos, avaliando suas trajetórias e possíveis riscos de colisão. Programas como o Near-Earth Object Observations (NEOO) desempenham um papel vital na identificação e monitoramento de asteroides que possam representar uma ameaça à Terra.
Além de representar potenciais riscos, os asteroides também são de grande interesse científico. Eles são considerados fósseis do sistema solar, contendo informações valiosas sobre sua formação e evolução. Missões espaciais, como a OSIRIS-REx da NASA, foram lançadas para coletar amostras de asteroides e trazê-las de volta à Terra para estudo. Essas amostras podem fornecer insights sobre a composição primordial do sistema solar e os processos que levaram à formação dos planetas.
Explorar asteroides também tem implicações econômicas significativas. Muitos asteroides contêm grandes quantidades de metais raros e outros recursos valiosos que podem ser explorados no futuro. A mineração de asteroides é uma área emergente de interesse, com empresas privadas e governos investigando a viabilidade de extrair esses recursos. Se bem-sucedida, essa prática poderia revolucionar a disponibilidade de materiais na Terra e apoiar a exploração espacial em grande escala.