Em 28 de novembro de 1979, o Voo 901 da Air New Zealand partiu para um voo panorâmico que prometia aos passageiros vistas deslumbrantes das paisagens da Antártida. Saindo do Aeroporto Internacional de Auckland às 8h, a aeronave tinha uma viagem programada de 11 horas de duração, concluindo em Christchurch. O itinerário incluía uma visão de perto de marcos polares, realçada por comentários de um guia. Originalmente, o voo deveria incluir o famoso explorador Sir Edmund Hillary, conhecido por sua histórica ascensão ao Monte Everest com Tenzing Norgay. No entanto, Hillary cancelou antes da partida.
Os pilotos, experientes em outras rotas mas novatos no terreno antártico, decidiram descer abaixo da altitude segura recomendada para proporcionar melhores vistas para seus passageiros. Sem o conhecimento deles, essa manobra os direcionou diretamente para o Monte Erebus, o segundo vulcão mais alto da Antártida. Desafios visuais como nuvens e neve camuflaram o horizonte, tornando impossível para os pilotos verem o desastre iminente.
Tragicamente, o sistema de alerta de proximidade do solo da aeronave foi ativado poucos segundos antes da colisão, não deixando tempo para uma ação corretiva. O acidente ceifou a vida de todos os 237 passageiros e 20 membros da tripulação. Os destroços, espalhados pelas encostas nevadas do Monte Erebus, só foram localizados após a aeronave não retornar conforme programado, levando inicialmente a especulações sobre falta de combustível.
Entre os remanescentes estavam rolos de filme que capturaram os momentos finais dentro da cabine. Uma imagem arrepiante, provavelmente do momento do impacto, mostrou uma janela manchada com algum tipo de fluido. Filmagens adicionais mostraram passageiros aproveitando o voo, alheios ao seu destino. As cenas mostravam pessoas movendo-se animadamente de janela para janela, bebidas na mão, enquanto o avião seguia diretamente para o vulcão.
Investigações sobre o desastre revelaram uma falha crítica: os pilotos receberam um briefing baseado em um plano de voo que diferia do programado no computador da aeronave. Eles acreditavam que estavam voando ao lado do Monte Erebus, não em direção a ele.
A complicar ainda mais as coisas estava a condição meteorológica conhecida como ‘whiteout’, que cria a ilusão de um céu claro à frente quando, na verdade, a visibilidade é severamente restrita pela iluminação uniforme. Esse fenômeno provavelmente reforçou a crença dos pilotos de que estavam navegando por um caminho seguro.