Em 1º de junho de 2009, o voo AF447 da Air France caiu tragicamente a 11.500 metros no Oceano Atlântico enquanto navegava por uma tempestade do Rio de Janeiro para Paris. O acidente ceifou a vida de todas as 228 pessoas a bordo, incluindo 12 membros da tripulação e 216 passageiros. Uma simulação dos últimos momentos da aeronave revelou as assustadoras últimas palavras pronunciadas pela tripulação.
Acredita-se que os sensores de velocidade da aeronave tenham falhado devido ao gelo, levando ao desligamento do piloto automático. Os três pilotos — Marc Dubois, de 58 anos, David Robert, de 37 anos, e Pierre-Cédric Bonin, de 32 anos — foram subitamente colocados em controle manual. “Perdemos nossas velocidades”, anunciou um piloto, enquanto os medidores indicavam erroneamente que estavam perdendo altitude. “Não sei o que está acontecendo”, veio outra voz preocupada.
Com o piloto automático desligado, a responsabilidade de estabilizar a aeronave caiu inteiramente sobre os ombros dos pilotos. No entanto, um erro crítico ocorreu quando a tripulação, tentando corrigir a descida percebida, elevou o nariz da aeronave. Essa ação inadvertidamente levou a uma parada aerodinâmica (estol). Na época, Dubois estava dormindo, e os co-pilotos, não familiarizados com a situação, não conseguiram reconhecer o estol para corrigi-lo efetivamente.
Quando Dubois acordou, já era tarde demais para reverter a situação desastrosa. As gravações do cockpit capturaram as trocas tensas e frenéticas enquanto o avião continuava a descer. Bonin é ouvido dizendo: “Vamos lá! Levanta, levanta, levanta.” O pânico intensificou-se com Robert exclamando: “Merda, vamos bater! Não é verdade! Mas o que está acontecendo?” O desespero em suas vozes culminou com um deles declarando: “Merda, estamos mortos.”
O avião de 205 toneladas despencou 11.500 metros do céu em apenas quatro minutos e 24 segundos, matando tragicamente todos a bordo.
Os destroços do voo foram encontrados flutuando no oceano logo após o acidente, mas levou quase dois anos para os investigadores recuperarem os dados da caixa preta do voo. O Bureau d’Enquêtes et d’Analyses (BEA), autoridade francesa sobre investigações de acidentes aéreos, relatou posteriormente que a tripulação de voo não havia respondido efetivamente ao desligamento do piloto automático. Além disso, eles notaram que os pilotos não tinham o treinamento necessário para controlar manualmente a aeronave em uma altitude tão alta.
Após o incidente, tanto a Air France quanto a Airbus enfrentaram acusações de negligência, embora tenham negado essas alegações. A Air France apontou para os alarmes confusos que haviam enganado os pilotos durante os momentos críticos. Apesar da trágica perda de vidas, um tribunal de Paris não considerou nem a Air France nem a Airbus culpadas de homicídio culposo, uma decisão que deixou David Koubbi, advogado que representa algumas famílias das vítimas, perplexo. Ele criticou a decisão como “incompreensível”, expressando que ela impedia as famílias de lamentar adequadamente seus entes queridos perdidos, ao sugerir que uma perda tão significativa poderia ocorrer sem responsabilidade.