Rosto de mulher “sai” após reação horrível ao ibuprofeno que a deixou em coma Rosto de mãe "sai" após reação horrível ao ibuprofeno que a deixou em coma

por Lucas Rabello
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Aviso: Este artigo contém imagens fortes que alguns leitores podem achar perturbadoras

A chegada de um novo filho deveria ser um momento de alegria. Para Aleshia Rogers, uma técnica em educação infantil de Nebraska, essa experiência se transformou em um pesadelo médico imprevisível. Tudo começou três semanas após o nascimento do seu terceiro filho, que veio ao mundo por meio de uma cesariana de emergência.

Como parte da recuperação pós-operatória, Aleshia tomava ibuprofeno regularmente para controlar a dor. Foi então que sintomas alarmantes surgiram. Seu rosto começou a inchar de forma significativa e uma erupção cutânea vermelha apareceu no seu peito. Preocupada, ela procurou ajuda médica.

Os profissionais de saúde que a atenderam inicialmente deram dois possíveis diagnósticos: escarlatina ou conjuntivite. A orientação foi clara: continuar tomando o ibuprofeno para a dor. Aleshia seguiu a recomendação.

Poucas horas depois, a situação se deteriorou drasticamente. O rosto de Aleshia foi tomado por bolhas severas. A pele começou a se desprender em camadas. A transformação foi tão profunda que sua própria família mal a reconheceu. O quadro era assustadoramente grave.

Aleshia Rogers ficou irreconhecível para seus entes queridos (Kennedy News and Media)

Aleshia Rogers ficou irreconhecível para seus entes queridos (Kennedy News and Media)

Ela foi levada às pressas de volta ao pronto-socorro. Ali, veio o diagnóstico que explicava a gravidade extrema: Síndrome de Stevens-Johnson (SJS). Trata-se de uma reação rara e perigosa do sistema imunológico. Ele entra em um estado de hiperinflamação generalizada, frequentemente desencadeada por uma reação adversa a um medicamento.

A gravidade exigiu transferência imediata para a unidade de terapia intensiva. O estado de Aleshia era crítico. Os médicos precisaram induzir um coma medicamentoso. Seu corpo lutava contra uma infecção generalizada (sepse) e falência múltipla de órgãos. As estimativas dos médicos eram sombrias: sua chance de sobrevivência ficava entre apenas 5% e 10%.

A família enfrentou três semanas de angústia e incerteza. O despertar de Aleshia do coma foi recebido como um verdadeiro milagre. Ela acredita firmemente que o ibuprofeno foi o gatilho. “Eu tomava duas vezes ao dia para a dor da cesárea. Continuei tomando quando surgiram sintomas parecidos com gripe”, relatou. O detalhe chocante? “O ibuprofeno era meu remédio habitual. Eu tomava desde os 14 anos para cólicas menstruais”.

O rosto dela lentamente “queimou” após uma reação adversa ao ibuprofeno (Kennedy News and Media)

O rosto dela lentamente “queimou” após uma reação adversa ao ibuprofeno (Kennedy News and Media)

A origem da reação permanece um mistério médico. “Os médicos não têm uma explicação. Só disseram que meu corpo decidiu de repente não gostar mais dele. É muito perturbador e confuso”, compartilhou Aleshia. A imprevisibilidade assusta: “Não há prevenção. Uma vez que começa, não há como parar. E existe uma chance real de acontecer de novo a qualquer momento”.

Os primeiros sinais foram além do inchaço e da erupção. Aleshia sentia uma forte ardência ao engolir. “Depois meus olhos começaram a inchar”, lembrou. “Ficaram vermelhos como sangue e ardiam. Surgiu uma pequena erupção no peito. Fui ao PS, disseram que era conjuntivite e me mandaram para casa”.

O retorno no dia seguinte foi inevitável: rosto totalmente inchado, olhos completamente fechados pelo edema. Desta vez, sugeriram escarlatina e novamente a orientação foi ir para casa.

Infelizmente, a SJS de Aleshia evoluiu para sua forma mais letal: a Necrólise Epidérmica Tóxica (NET). “Os médicos explicaram que minha pele havia morrido e se soltado. Chamaram o processo de ‘descamação’. Ela saía em folhas”, descreveu. A extensão do dano foi avassaladora: “Entre 90% e 95% da pele do meu corpo se desprendeu”. Como a pele é o maior órgão humano, essa perda maciça levou diretamente à sepse e à falência dos órgãos vitais.

Aleshia disse que o ibuprofeno era seu “remédio preferido” (Kennedy News and Media)

Aleshia disse que o ibuprofeno era seu “remédio preferido” (Kennedy News and Media)

Durante o coma profundo, Aleshia passou por procedimentos cirúrgicos intensivos. Ela recebeu um enxerto de pele em quase todo o corpo e também um transplante de membrana amniótica nos olhos, técnica usada para tentar preservar a visão e proteger os tecidos oculares gravemente afetados.

Um mês após despertar do coma, ela finalmente recebeu alta hospitalar. A batalha, porém, estava longe de terminar. Aleshia ainda lida com complicações de longo prazo decorrentes da SJS/NET. “Eu não tinha absolutamente nenhuma ideia do que havia acontecido comigo. Esqueci que tinha dado à luz. Perdi muitas memórias”, contou.

As lembranças trazidas pela família foram duras. “Me disseram que foi realmente uma situação de vida ou morte, que poderia não sobreviver. Ouvi muitas vezes que sou um milagre”. A possibilidade de uma recorrência paira. “É uma preocupação constante, mas vivo minha vida como se o amanhã não fosse garantido. Tento não viver com medo”.

Sua mensagem final é de conscientização, não de pânico. “Não quero que as pessoas tenham medo de remédios. Mas quero que estejam cientes e atentas ao que *pode* acontecer”. A história de Aleshia Rogers é um testemunho dramático da raridade e do poder destrutivo de reações adversas extremas a medicamentos comuns.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.
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