Imagine a cena: o estádio lotado, a euforia da vitória, o capitão levantando o troféu reluzente diante das câmeras do mundo todo. Foi assim que o Chelsea celebrou a conquista da Copa do Mundo de Clubes da FIFA em julho de 2025, no MetLife Stadium, Nova Jersey, após derrotar o Paris Saint-Germain.
Mas tem um detalhe que poucos perceberam na hora: o troféu erguido pelo capitão Reece James não era o verdadeiro. Enquanto os jogadores abraçavam a cópia, o original, de ouro maciço, já tinha um novo lar: a Sala Oval da Casa Branca, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Sim, você leu certo. Enquanto o Chelsea suava em campo para levar o título, o troféu de ouro de 24 quilates, avaliado em cerca de 230 mil dólares, estava destinado a se tornar um item decorativo no escritório mais famoso do mundo. Como isso aconteceu?
Tudo começou no próprio dia da final. Trump participou da cerimônia de premiação, entregando as medalhas aos jogadores do Chelsea. Depois, subiu no palco para o momento tradicional da foto com o troféu levantado. A presença do político no meio da comemoração dos atletas causou visível estranheza.
Trump não saiu do caminho quando o time vencedor ergueu o troféu
Especialistas em leitura labial captaram o meio-campista Cole Palmer perguntando, confuso: “Pode pedir pra ele sair do caminho?… espera, o que está acontecendo?”. O capitão Reece James teria dito “Eu seguro”, após Trump aparentemente indicar que queria segurar o troféu junto. O goleiro Robert Sanchez também pareceu ouvir um “O quê? Vamos lá” de Trump antes da foto.
Mas o verdadeiro mistério só veio à tona depois. Em uma conversa durante o jogo com a repórter Emily Austin, da DAZN, o próprio Trump revelou o segredo. Ele contou que a FIFA pediu que ele “guardasse” o troféu original na Sala Oval.
Quando perguntou quando iriam buscá-lo, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, teria dito: “Nunca vamos buscá-lo, você pode ficar com ele para sempre na Sala Oval”. E completou: “Eles fizeram um novo [para o Chelsea], mas agora [o original] está na Sala Oval”.
Portanto, enquanto o mundo via o Chelsea erguer um troféu, o verdadeiro prêmio, aquele feito com ouro e que representa a conquista máxima do torneio, já estava sob a custódia do presidente americano. O Chelsea, campeão mundial, ficou com uma réplica.
Essa situação incomum levanta questões. Por que a FIFA permitiria que o troféu original ficasse com um líder político e não com a equipe campeã? A resposta pode estar na relação próxima entre Trump e Infantino.
Desde que Trump voltou ao cargo em janeiro, o presidente da FIFA já visitou Washington DC cerca de 10 vezes. Infantino declarou publicamente que a colaboração com o presidente dos EUA é “absolutamente crucial” para o sucesso da Copa do Mundo de 2026, que será sediada pelos Estados Unidos, Canadá e México.
Os laços parecem se estreitar ainda mais. A FIFA confirmou que seus funcionários em Nova York se mudarão em breve para um novo escritório na Trump Tower, em Manhattan. Além disso, Trump não descartou a possibilidade de assinar uma ordem executiva para que o futebol passasse a ser oficialmente chamado de “football” nos EUA, algo que certamente agradaria à entidade máxima do esporte.
Outro ponto curioso da final foi a medalha. Enquanto Trump entregava as medalhas aos jogadores do Chelsea, relatos do The Athletic indicam que o próprio presidente também recebeu uma medalha de ouro, supostamente separada especialmente para ele pelo presidente Infantino.
O destino final do troféu original na Sala Oval ainda é incerto. Se Trump realmente o mantiver, é provável que, seguindo protocolos, ele acabe nos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos.
Mas por enquanto, ele brilha longe das vitrines do clube que o conquistou em campo. O Chelsea tem sua réplica e o título no currículo, mas a história da Copa do Mundo de Clubes de 2025 sempre terá esse capítulo peculiar: o troféu que ficou com o presidente, e não com os campeões. Uma lembrança dourada de uma interseção inesperada entre política e futebol no mais alto nível.