Anthony Wainwright, de 54 anos, recebeu uma injeção letal na prisão estadual da Flórida, perto de Starke, no dia 10 de junho. O local fica a aproximadamente 65 quilômetros de Lake City, a cidade onde, três décadas antes, ele cometeu um crime brutal que o levou ao corredor da morte. Sua execução marcou o capítulo final de uma história sombria que começou em 1994.
Naquele ano, Wainwright e seu cúmplice, Richard Hamilton, estavam foragidos após uma fuga de prisão. Três dias depois da evasão, no estacionamento de um supermercado em Lake City, eles abordaram Carmen Gayheart. A jovem de 23 anos era estudante de enfermagem, esposa e mãe de dois filhos pequenos. Foi sequestrada à força.
Os dois homens levaram Carmen para uma área remota e arborizada. Lá, ela foi violentada pelos dois. A tragédia atingiu seu ápice quando Anthony Wainwright estrangulou Carmen e depois disparou duas vezes em sua cabeça, tirando-lhe a vida. A frieza e a violência do crime chocaram o estado.
Carmen Gayheart tinha apenas 23 anos quando foi brutalmente assassinada por Anthony Wainwright e seu cúmplice Richard Hamilton (WCJB)
Wainwright e Hamilton, presos posteriormente, tentaram durante o julgamento de 1995 culpar um ao outro pelo assassinato. A estratégia não funcionou. Um júri unânime os considerou culpados de assassinato, sequestro, roubo e estupro. A sentença para ambos foi a pena de morte. Richard Hamilton não chegou a ser executado; ele morreu de causas naturais no corredor da morte dois anos atrás, aos 59 anos.
O dia da execução de Wainwright foi aguardado por décadas pela família de Carmen. Sua irmã mais velha, Maria David, esteve presente na prisão. Antes do evento, Maria expressou ao Daily Mail a angústia que a acompanhava: “Carmen teve tanto medo pela vida em seus momentos finais, pensando: ‘É isso. Eu vou morrer’. E eu só posso esperar que esse medo seja algo que ele esteja sentindo agora também”.
Nos momentos que antecederam a injeção letal, por volta das 18h, Wainwright optou por não fazer uma última refeição. Seu conselheiro espiritual, Rev. Jeff Hunt, explicou que o condenado achou que isso “o distrairia de sua família e das pessoas que amava”.
Wainwright então dirigiu suas últimas palavras. Para a família de Carmen, ele declarou esperar que “minha morte traga paz e cura” a eles. Notavelmente, segundo o relato exclusivo do Daily Mail, ele não proferiu um pedido de desculpas pelo crime hediondo cometido contra Carmen.
Em seguida, voltou-se para sua própria esposa, Samantha. Suas palavras foram carregadas de afeto: “Minha linda esposa Samantha, você é o amor da minha vida. Sou tão abençoado por termos nos encontrado. Os anos que passamos juntos foram além de maravilhosos”.
Anthony Wainwright morreu por injeção letal pelo estupro e assassinato de Carmen Gayheart em 1994 (Departamento de Correções da Flórida)
Ele prosseguiu: “Eles foram verdadeiramente mágicos. O amor é mais forte que a morte e eu sei que nosso amor durará pela eternidade”. Wainwright também agradeceu publicamente a todos que apoiaram ele e Samantha ao longo dos anos.
Porém, foi sua frase final que surpreendeu pela referência inesperada. Ele citou diretamente o filme cult A Princesa Prometida (The Princess Bride), afirmando: “A morte não pode impedir o amor verdadeiro. Tudo o que ela pode fazer é atrasá-lo por um tempo”. A escolha de uma linha romântica de um filme popular como sua derradeira mensagem pública contrastou fortemente com a natureza violenta de seu crime.
Para Maria David, a execução trouxe um alívio agridoce após uma espera de 30 anos. Falando com repórteres logo após a morte de Wainwright, ela lembrou: “Carmen era uma esposa, mãe, irmã, filha e amiga devotada”. Sua declaração seguinte resumiu seu desejo mais profundo: ela disse estar ansiosa para “nunca mais ter que pensar em Anthony Wainwright novamente”. O ciclo de dor e justiça aguardada, iniciado naquele estacionamento em 1994, chegou ao seu fim.