Papa Leão XIV tem mensagem forte para líderes mundiais em primeiro discurso dominical após declarações ‘anti-Trump’

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Em um domingo histórico na Cidade do Vaticano, o recém-eleito Papa Leo XIV fez seu primeiro discurso público diante de milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro. Aos 69 anos, o pontífice, nascido Robert Francis Prevost nos Estados Unidos, utilizou a tradicional bênção dominical para lançar um forte apelo global pela paz, destacando conflitos como os da Ucrânia, Gaza e a recente trégua entre Índia e Paquistão.

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Sob um céu aberto e cercado por bandas marciais que animavam o ambiente, Leo XIV iniciou seu pronunciamento com a frase emblemática: “Nunca mais guerra”. Em seguida, pediu um cessar-fogo imediato em Gaza, a libertação de reféns e o acesso irrestrito de ajuda humanitária à região.

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Sobre a guerra entre Ucrânia e Rússia, enfatizou a necessidade de uma “paz justa e duradoura”, lembrando os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Herdando uma expressão de seu predecessor, Francisco, ele alertou que o mundo vive uma “terceira guerra mundial fragmentada”, com conflitos simultâneos que geram sofrimento em escala global.

O novo papa também aproveitou a data, coincidente com o Dia das Mães em vários países, para homenagear todas as mães, “inclusive as que estão no céu”. A menção emocionou parte da multidão, composta por peregrinos, turistas e curiosos que lotaram a praça desde as primeiras horas da manhã. Enquanto grupos religiosos carregavam bandeiras e imagens sagradas, as bandas executavam hinos tradicionais, criando um clima de festa e esperança.

Papa Leão fotografado acenando para as massas de sua sacada na Cidade do Vaticano
Papa Leão fotografado acenando para as massas de sua sacada na Cidade do Vaticano

Além dos apelos humanitários, a eleição de Leo XIV chamou atenção por seu histórico de opiniões sobre política internacional. Nas redes sociais, antes de se tornar papa, ele compartilhou críticas contundentes a figuras como o presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Em 2015, por exemplo, republicou um artigo do cardeal Timothy Dolan intitulado “Por que a retórica anti-imigração de Donald Trump é tão problemática”, questionando políticas de deportação e separação de famílias.

Em publicações mais recentes, o agora líder da Igreja Católica repostou mensagens contra as medidas de Trump e do vice-presidente JD Vance. Uma delas condenava a prática de “armazenar crianças em gaiolas” após a separação de famílias imigrantes. Outra, de fevereiro deste ano, rebatia declarações de Vance sobre “priorizar cidadãos americanos antes do resto do mundo”, argumentando que a visão de Jesus não hierarquiza o amor ao próximo.

A relação entre o novo papa e Trump ganhou novos capítulos horas após o anúncio da eleição. Em sua rede social Truth Social, Trump parabenizou Leo XIV, destacando ser “uma grande honra” ter o “primeiro papa americano” e expressando desejo de um encontro futuro. A reação contrasta com as críticas anteriores do pontífice, levantando especulações sobre como os dois lidarão com possíveis diálogos.

Enquanto o Vaticano se adapta a uma nova liderança, as palavras de Leo XIV ecoam além dos muros da Basílica de São Pedro. Seus discursos iniciais sugerem um pontificado voltado para mediações de conflitos e defesa de imigrantes, temas que já definiram parte de sua trajetória religiosa. Resta ao mundo acompanhar como suas posições influenciarão não apenas a Igreja, mas também as complexas relações geopolíticas do século XXI.

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