Simulação mostra realidade sombria do que o Ozempic realmente faz ao seu corpo após a injeção

por Lucas Rabello
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Você já se perguntou como um remédio desenvolvido para tratar diabetes virou o segredo por trás de corpos famosos em transformação? O Ozempic, uma injeção semanal à base de semaglutide, ganhou os holofotes não por sua função original, mas por um efeito colateral inesperado: a perda de peso. Apesar de não ser aprovado para esse fim, virou febre entre celebridades e influenciadores, levantando debates sobre riscos e benefícios.

Originalmente criado para controlar o açúcar no sangue em pacientes com diabetes tipo 2, o Ozempic age imitando o hormônio GLP-1, responsável por regular a insulina e a sensação de saciedade. Quando injetado, ele ativa áreas do cérebro que reduzem o apetite e retarda o esvaziamento do estômago, fazendo com que a pessoa se sinta satisfeita por mais tempo. O resultado? Menos fome e porções menores nas refeições.

A onda de popularidade começou quando nomes como Oprah Winfrey, Sharon Osbourne e Rebel Wilson revelaram usar medicamentos da classe GLP-1 para manter a forma. O efeito emagrecedor rapidamente chamou atenção, mas especialistas alertam: o Ozempic não foi testado nem autorizado para perda de peso. Quem tem aprovação regulatória para isso é o Wegovy, que usa a mesma semaglutide, porém em dosagens específicas.

Um vídeo do youtuber @ZackDFilms explica de forma didática como a substância age no corpo. Segundo ele, além de modular o apetite, o remédio estabiliza os níveis de glicose, reduzindo a vontade de beliscar entre as refeições. Porém, o processo não é tão simples. O atraso no esvaziamento gástrico pode causar náuseas, vômitos e diarreia — efeitos que deixam muitos usuários em dúvida se valem a pena.

Mas os desafios não param aí. Estudos recentes mostram que a perda de peso com o Ozempic nem sempre é tão saudável quanto parece. Ben Bickman, cientista da Universidade Brigham Young, explica que parte do peso eliminado vem de músculos e ossos, não apenas de gordura. Para cada 4,5 quilos perdidos, cerca de 2,7 são de tecido adiposo, enquanto 1,8 quilos correspondem a massa magra. O problema é que, ao interromper o tratamento, o corpo tende a recuperar mais gordura do que músculos, alterando a composição corporal.

Pior ainda: pesquisas indicam que alguns medicamentos da classe GLP-1 podem estimular a produção de novas células de gordura. Isso significa que, mesmo que o peso total permaneça menor após parar o uso, a proporção de gordura no corpo pode aumentar, elevando riscos metabólicos a longo prazo.

Apesar dos resultados visíveis, médicos reforçam que o uso sem acompanhamento traz riscos sérios. Efeitos como pancreatite, alterações na visão e complicações renais já foram relatados. Além disso, a perda muscular pode enfraquecer o corpo, impactando a mobilidade e a saúde óssea, principalmente em idosos.

Enquanto a discussão sobre o uso off-label do Ozempic continua, uma coisa é clara: soluções rápidas para emagrecer nem sempre são as mais seguras. A busca por um corpo saudável exige equilíbrio entre alimentação, exercícios e, quando necessário, orientação médica rigorosa. No caso dos remédios que mexem com hormônios e metabolismo, o preço da praticidade pode ser alto demais.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.