Adeus google.com.br: Google vai encerrar domínio brasileiro

por Lucas Rabello
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Na era digital, até os menores detalhes podem transformar a forma como navegamos na internet. Na última terça-feira (15), o Google surpreendeu ao anunciar uma mudança que afetará milhões de usuários: os domínios locais, como “google.com.br” ou “google.fr”, serão gradualmente desativados e substituídos pelo endereço único “google.com” em todo o mundo. Mas o que isso significa na prática? A resposta está na evolução da tecnologia por trás das pesquisas.

Há anos, o Google usava códigos de países (como “.br” para Brasil ou “.fr” para França) nas URLs para garantir que os resultados fossem relevantes à localização do usuário. Essa estratégia fazia sentido quando a internet era menos integrada e a geolocalização era menos precisa. Imagine um brasileiro buscando “melhor padaria perto de mim” em 2010: o domínio “.com.br” ajudava a filtrar resultados nacionais. Porém, os tempos mudaram — e a inteligência por trás das buscas também.

Em 2017, a empresa deu um passo decisivo. Passou a priorizar a localização real do usuário, independentemente do domínio acessado. Se você estivesse no Brasil, mesmo usando “google.com”, os resultados já seriam adaptados ao seu país. O inverso também funcionava: ao viajar para o exterior, a busca automaticamente mostrava opções locais, sem necessidade de ajustes manuais. Esse avanço tecnológico tornou os domínios específicos obsoletos, pois o sistema já não dependia deles para personalizar respostas.

Google vai encerrar domínio brasileiro

Agora, a empresa decidiu oficializar essa evolução. Nos próximos meses, todos os acessos a domínios locais serão redirecionados para “google.com”. A barra de endereços exibirá apenas o domínio global, mas a experiência de pesquisa permanecerá idêntica. Quem digitar “google.com.br” será direcionado à versão única, sem perda de funcionalidades. O Google reforça que a atualização não altera a forma como os resultados são gerados ou como as leis locais são aplicadas. Ou seja, mesmo com o domínio unificado, as regras específicas de cada país — como restrições de conteúdo ou políticas de privacidade — continuarão valendo.

Um detalhe importante: durante a transição, alguns usuários podem precisar redefinir preferências salvas, como configurações de idioma ou filtros de segurança. Isso ocorre porque o redirecionamento para o novo domínio pode afetar cookies ou dados armazenados no navegador. A recomendação é simples: basta ajustar as configurações novamente, caso necessário.

A mudança reflete um movimento mais amplo no mundo da tecnologia: a busca por simplicidade. Ao eliminar domínios redundantes, o Google reduz a complexidade de sua infraestrutura, facilitando atualizações futuras e a manutenção de um serviço mais coeso. Para o usuário comum, a diferença será quase imperceptível. A praticidade de pesquisar “cinemas próximos” em São Paulo ou em Tóquio seguirá a mesma, com respostas instantâneas baseadas em GPS, histórico de navegação e preferências individuais.

E se você é daqueles que gosta de explorar resultados de outros países? Não se preocupe. A ferramenta de configuração de região, disponível no rodapé da página de busca, continuará permitindo ajustar manualmente a localização desejada. A diferença é que, agora, essa flexibilidade não dependerá mais de domínios específicos.

Embora a URL única seja novidade, a essência do Google permanece inalterada. A empresa reitera que a qualidade das buscas, a personalização e o respeito às legislações locais seguem como prioridades. Para quem tem dúvidas, o conselho é claro: experimente. Digite “google.com” no navegador e teste uma pesquisa — a resposta será tão rápida e precisa quanto sempre foi, mas com um endereço mais universal no topo da tela.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.