O oceano guarda mistérios que desafiam a imaginação, e um vídeo recente trouxe à tona uma criatura que parece ter saído diretamente de um passado remoto. Em 2020, uma equipe de pesquisadores da OceanX, em parceria com o Instituto Cape Eleuthera, registrou imagens impressionantes de um tubarão-da-groenlândia-de-focinho-largo, também conhecido como tubarão-sixgill, durante uma expedição nas profundezas do mar. O animal, que já nadava pelos oceanos muito antes da maioria dos dinossauros, surpreendeu não só pela aparência pré-histórica, mas também por seu tamanho colossal.
O vídeo, disponível no canal da OceanX no YouTube, mostra o momento em que um submersível conseguiu marcar o tubarão com um dispositivo de rastreamento por satélite — um feito inédito. Até então, cientistas só conseguiam colocar esses dispositivos trazendo os tubarões para a superfície, o que representava um risco para a saúde do animal.
O tubarão pré-histórico ajudou a equipe a marcar um animal a partir de um submersível pela primeira vez na história (YouTube/OceanX).
Desta vez, a operação foi realizada diretamente no fundo do mar, a centenas de metros de profundidade. A equipe, liderada pelo Dr. Dean Grubbs, do Laboratório Marinho da Universidade Estadual da Flórida, tinha como objetivo estudar esse predador dominante, que pode atingir até 6 metros de comprimento e é essencial para o equilíbrio do ecossistema das águas profundas.
Nas imagens, é possível ouvir a reação dos pesquisadores ao avistarem a fêmea adulta. “Nossa, olha o tamanho dessa coisa!”, exclama um deles, enquanto o tubarão circula o submersível. O animal, maior do que a média de sua espécie, aproximou-se curiosamente da estrutura, chegando a encostar o focinho no vidro do veículo. Seus movimentos lentos e a aparência quase alienígena, com olhos arredondados e pupilas vítreas, deixaram a equipe em estado de choque. Em determinado momento, o tubarão parece até “rolar os olhos” antes de se afastar, um detalhe que gerou comentários divertidos nas redes sociais.
O tubarão-sixgill é um verdadeiro fóssil vivo. Estima-se que sua espécie exista há cerca de 180 milhões de anos, sobrevivendo a extinções em massa e às mudanças radicais do planeta. Seu corpo alongado, nadadeiras serrilhadas e a capacidade de habitar águas a mais de 2.000 metros de profundidade o tornam um dos habitantes mais enigmáticos do oceano. A fêmea filmada, além de impressionar pelo tamanho, chamou atenção por sua interação incomum com o submersível — um comportamento raramente documentado.
Nas redes sociais, o vídeo viralizou rapidamente. Muitos espectadores destacaram o impacto da cena em close do olho do tubarão, descrito como “aterrorizante” e “hipnotizante”. Um usuário brincou: “Só o olho dela já seria suficiente para eu ter um ataque cardíaco”. Outros enfatizaram a importância científica do registro: “Quando os próprios cientistas ficam sem palavras, você sabe que é algo extraordinário”.
Além de marcar o animal, a missão da OceanX coletou dados valiosos sobre os hábitos desses tubarões, como padrões de migração e preferências de habitat. Essas informações são cruciais para a conservação da espécie, que, apesar de resistente, enfrenta ameaças como a pesca predatória e a poluição das águas profundas. O sucesso da expedição abriu caminho para novas pesquisas, provando que tecnologias subaquáticas podem reduzir o estresse causado aos animais durante estudos científicos.
Enquanto o vídeo circula, uma coisa é certa: cada expedição nas profundezas do oceano revela que ainda há muito a ser descoberto. Criaturas como o tubarão-sixgill são testemunhas silenciosas de eras passadas, lembrando-nos que o mar, em suas zonas mais escuras e remotas, continua sendo um território de surpresas.
