A poucos meses de seu casamento, Ashley Robinson, um chef de 35 anos de Hertfordshire, no Reino Unido, começou a enfrentar um problema que mudaria sua vida para sempre. Tudo começou com sangramentos frequentes durante as idas ao banheiro, um sinal que ele inicialmente atribuiu ao estresse dos preparativos do casamento e à rotina exaustiva de trabalhar 60 horas por semana para custear a celebração.
Em junho de 2022, os sintomas pioraram. Ashley contatou seu médico de família, mas ouviu que “não era grave” e que “passaria em uma semana”. Mesmo insistindo que os sangramentos já duravam um mês, ele foi orientado a esperar mais alguns dias. Sem alternativa, seguiu a recomendação, assumindo queo problema estava ligado ao cansaço.
O Agravamento e a Negligência Médica
Ashley Robinson recebeu a notícia devastadora poucas semanas após seu casamento (Kennedy News and Media).
As semanas seguintes trouxeram uma piora drástica. Em certo momento, Ashley perdeu uma quantidade assustadora de sangue. Preocupado, ligou novamente para o médico e foi encaminhado às pressas para o pronto-socorro. Lá, mencionou o histórico de câncer colorretal na família — sua bisavó havia morrido da doença —, mas o médico descartou a possibilidade de câncer, alegando que ele era “muito jovem” para isso. Ashley recebeu medicamentos para um diagnóstico genérico e voltou para casa.
Com a despedida de solteiro se aproximando, ele decidiu ignorar os sintomas, confiando nas palavras repetidas dos profissionais: “Você definitivamente não tem câncer”. O casamento aconteceu em julho, mas a alegria durou pouco. Após a lua de mel, Ashley percebeu que havia perdido 12 quilos em apenas sete dias.
A Luta de uma Esposa por Respostas
O chef afirmou que os médicos disseram que seus sintomas provavelmente eram causados pelo estresse do casamento (Kennedy News and Media)
Determinada a encontrar uma explicação, Jasmin, sua esposa, tomou uma atitude radical. Enquanto Ashley trabalhava, ela foi ao consultório médico e exigiu que o marido fosse examinado. Sob pressão, o médico concordou em agendar uma colonoscopia — exame que revelou um tumor de 7 centímetros (tamanho aproximado de uma laranja) no cólon. Dias depois, a biópsia confirmou o pior: câncer colorretal em estágio 4, com metástase no fígado.
“Era a notícia mais devastadora possível”, relembra Ashley. “Minha esposa desabou. Era como se o chão sumisse debaixo da gente.” O diagnóstico tardio deixou claro que, se os sintomas tivessem sido investigados meses antes, a doença poderia ter sido controlada.
Um Alerta Sobre a Importância da Persistência
Sua esposa, Jasmin, ficou “completamente arrasada” com o diagnóstico dele (Kennedy News and Media)
A história de Ashley chama atenção não apenas pela gravidade do câncer, mas pela dificuldade em ser ouvido pelo sistema de saúde. Mesmo com histórico familiar e sintomas clássicos — sangramento intestinal, perda de peso rápida —, a idade jovem foi usada como justificativa para adiar exames cruciais. No Brasil, o câncer colorretal é o terceiro mais comum entre homens, segundo o INCA, e casos em pessoas abaixo dos 40 anos vêm aumentando globalmente.
Após o diagnóstico, Ashley iniciou quimioterapia e aguarda cirurgia para remover parte do fígado. Sua jornada virou um apelo para que sintomas persistentes nunca sejam subestimados, independentemente da idade. Enquanto luta pela vida, ele reforça: “Não importa quantas portas fechem, continue batendo. Sua saúde vale qualquer esforço”.
O caso também ressalta o papel crucial de familiares e parceiros na defesa de pacientes. Sem a insistência de Jasmin, Ashley talvez nunca tivesse recebido o diagnóstico — um lembrete de que, às vezes, é preciso alguém ao seu lado para abrir caminho quando a esperança parece perdida.
