Desde que o Cybertruck começou a circular com mais frequência nas ruas, o veículo da Tesla não para de gerar curiosidade. Com seu design angular e aspecto que parece saído de um filme de ficção científica, ele chama a atenção por onde passa. Mas, por trás do visual futurista, há debates acalorados sobre seu desempenho, segurança e custo-benefício — especialmente quando o assunto é abastecer a bateria.
Desafios Inesperados
Alguns incidentes recentes trouxeram o Cybertruck para o centro das críticas. Um vídeo que viralizou mostrava a picape enfrentando dificuldades para se mover na neve, enquanto carros tradicionais passavam sem problemas. Outro caso envolveu um proprietário que alertou sobre os riscos do modo de direção autônoma após um acidente assustador. Apesar dessas histórias, o interesse pelo veículo elétrico permanece alto, principalmente entre entusiastas de tecnologia.
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O custo para carregar um Tesla Cybertruck até 100 por cento pode surpreendê-lo (Instagram/@utechpia.dev)
O Preço da “Eletricidade Futurista”
Um dos principais atrativos dos carros elétricos é o custo reduzido de abastecimento em comparação com veículos a gasolina ou diesel. Porém, o Cybertruck parece desafiar essa lógica. David Nguyen, um empreendedor da Califórnia, compartilhou no Instagram um vídeo mostrando quanto gastou para carregar a bateria do seu Cybertruck de 3% até 100%. O processo revelou detalhes surpreendentes.
Primeiro, Nguyen precisou dar leves batidas com o carregador na lateral do veículo para abrir a porta de recarga — um método pouco intuitivo para um carro que custa centenas de milhares de dólares. Após conectar o cabo, o painel indicou que seriam necessárias 1 hora e 30 minutos para atingir 100% de carga, o que equivale a uma autonomia de aproximadamente 476 quilômetros. A energia necessária para isso foi de 121 kWh.
Considerando o preço da eletricidade em San Leandro, Califórnia (0,61 dólares por kWh), o custo total foi de 73 dólares. Nguyen questionou: “Isso é bom ou não?”. Para ele, o valor vale por “estar dirigindo o futuro”. Mas a resposta dos usuários das redes sociais foi menos entusiasmada.
Comparações com Combustíveis Tradicionais
Um comentário destacou: “70 dólares? Pensei que elétrico fosse mais barato. Por que estamos fazendo isso?”. Outro comparou: “Gastei 80 dólares para encher o tanque da minha GMC Sierra 1500 Diesel, que roda 965 quilômetros. E levei 4 minutos e meio”. Um terceiro foi direto: “É o mesmo preço de um SUV a gasolina, com mais autonomia e 10 minutos de abastecimento. Vou ficar com a combustão”.
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Os números levantados por Nguyen mostram que, nesse caso específico, o custo por quilômetro do Cybertruck foi de aproximadamente 0,15 dólares (73 dólares divididos por 476 km). Enquanto isso, o diesel da GMC Sierra teria um custo de cerca de 0,08 dólares por quilômetro (80 dólares divididos por 965 km). A diferença, somada ao tempo de recarga, alimentou críticas sobre a viabilidade do modelo em longo prazo.
Tecnologia vs. Praticidade
O caso também expôs peculiaridades do Cybertruck além do custo. A necessidade de “bater” no veículo para abrir a porta de recarga parece contraditória em um produto que se vende como símbolo de inovação. Para usuários acostumados com a praticidade de abastecer em minutos, esperar uma hora e meia em um posto de recarga — mesmo que em condições ideais — pode ser um obstáculo significativo.
A Tesla ainda não se pronunciou sobre as críticas, mas o debate segue aquecido. Enquanto alguns defendem que os benefícios ambientais e a tecnologia justificam os custos, outros veem no Cybertruck um exemplo de como o “futuro elétrico” ainda precisa evoluir para superar desafios práticos. Seja como for, a picape da Tesla continua a dividir opiniões — e a gerar manchetes.