Elon Musk, o bilionário por trás de empresas como Tesla, SpaceX e X (antigo Twitter), está enfrentando um ano turbulento em 2025. Desde o início do ano, sua fortuna pessoal despencou 52 bilhões de dólares (296,4 bilhões de reais), segundo dados do mercado financeiro. Para a maioria das pessoas, essa quantia é inimaginável, mas no universo dos ultra-ricos, oscilações assim são parte do jogo — mesmo quando envolvem cifras que equivalem ao PIB de países inteiros.
O principal motivo para essa queda está ligado ao desempenho da Tesla, a gigante de veículos elétricos que Musk comanda. Nos últimos meses, as vendas globais da empresa caíram significativamente, especialmente na Europa, onde houve uma redução de 45% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além disso, as ações da Tesla perderam cerca de 20% de seu valor em apenas um mês, fazendo com que o valor de mercado da empresa ficasse abaixo de 1 trilhão de dólares (5,7 trilhões de reais) pela primeira vez desde a eleição presidencial dos EUA em 2024.
Especialistas apontam que a queda não está relacionada apenas a questões técnicas ou econômicas. A postura pública de Musk, cada vez mais alinhada ao ex-presidente Donald Trump e marcada por declarações polêmicas nas redes sociais, tem gerado desconfiança entre investidores e consumidores. Desde a posse de Trump em janeiro de 2025, Musk frequentemente aparece nos noticiários por embates com governos, críticas a regulamentações ambientais e até por emails internos vazados que pressionavam funcionários a aumentar a produtividade a qualquer custo.
A relação entre Musk e Trump parece ter influenciado diretamente o mercado. Em novembro de 2024, quando o bilionário declarou apoio público ao então candidato republicano, as ações da Tesla subiram rapidamente, levando sua fortuna pessoal a um pico histórico de 486,4 bilhões de dólares (2,77 trilhões de reais) em dezembro. Mas o otimismo durou pouco. Analistas sugerem que a associação contínua com figuras polarizadoras e a falta de foco em inovações concretas da Tesla estão afastando clientes e acionistas.
A notícia segue uma queda global nas vendas da Tesla
Outro ponto de tensão são os escândalos envolvendo a Dogecoin, criptomoeda que Musk promoveu repetidamente. Flutuações bruscas no valor do ativo, ligadas a tweets do bilionário, geraram processos judiciais e críticas de reguladores financeiros. Enquanto isso, funcionários da Tesla relatam pressão interna para cumprir metas agressivas, em um ambiente que alguns descrevem como “caótico”.
Apesar do cenário negativo, há quem acredite em uma recuperação. Gary Black, do Future Fund, destacou em uma publicação no X que a Tesla ainda tem vantagens competitivas, como veículos mais acessíveis em desenvolvimento e a promessa de carros autônomos. “A empresa pode expandir seu mercado com novos modelos e tecnologia de autonomia”, escreveu.
Mas e o título de homem mais rico do mundo? Por enquanto, Musk mantém a liderança. Segundo a Forbes, sua fortuna atual é de 353,2 bilhões de dólares (2,01 trilhões de reais) — cerca de 100 bilhões de dólares (570 bilhões de reais) à frente de Jeff Bezos (Amazon) e Mark Zuckerberg (Meta). A perda diária de 5 bilhões de dólares (28,5 bilhões de reais), porém, mostra que até para Musk o caminho não está livre de obstáculos. Enquanto isso, o bilionário segue agitando as redes sociais, dividindo opiniões e provando que, no topo, até as quedas são espetaculares.
