Na segunda-feira, 24 de fevereiro, funcionários do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos Estados Unidos (HUD) presenciaram uma cena inusitada durante o horário de almoço. As TVs do refeitório da sede da agência, localizada em Washington, exibiram repentinamente um vídeo íntimo envolvendo o presidente Donald Trump e o bilionário Elon Musk.
Nas imagens, Trump aparecia massageando e beijando os pés do fundador da SpaceX, enquanto uma legenda em letras garrafais afirmava: “LONG LIVE THE REAL KING” (“VIVA O VERDADEIRO REI”, em tradução livre). O material, rapidamente identificado como uma produção gerada por inteligência artificial, causou desconforto e surpresa.
O vídeo, que durou cerca de dois minutos, foi classificado como um deepfake — técnica que usa algoritmos para criar conteúdos falsos hiper-realistas. Apesar da qualidade impressionante, espectadores atentos notaram inconsistências, como os pés de Musk, que pareciam ter “dois pés esquerdos”, um erro comum em gerações precoces de IA. A transmissão ilegal durou até que equipes técnicas do HUD recuperassem o controle dos dispositivos, substituindo o conteúdo por uma retrospectiva das conquistas políticas de Trump.
Trump kissing the feet of his boss Elon musk pic.twitter.com/SXiLPkrzx1
— DAILY DIARIES FRIDAY (@Squad_sussex96) February 17, 2025
Autoridades rastrearam o suposto responsável pela invasão do sistema de transmissão. Embora a identidade do indivíduo não tenha sido revelada, um porta-voz do HUD confirmou que ele tinha ligações com o departamento e foi retirado do prédio sob escolta. Medidas legais estão sendo avaliadas, incluindo possível demissão ou suspensão de serviços relacionados ao caso. Ainda não se sabe como o invasor conseguiu acessar e alterar a programação das TVs, mas investigações preliminares sugerem falhas na segurança digital da infraestrutura.
O vídeo rapidamente se espalhou pelas redes sociais. A primeira publicação foi feita por Rachel Cohen, jornalista da Vox, e em poucas horas acumulou milhões de visualizações. Nas plataformas, as reações foram divididas: alguns usuários acharam a situação hilária, chamando o autor do deepfake de “gênio anônimo”, enquanto outros criticaram o teor “nojento” e desrespeitoso. Membros do Partido Democrata, rivais políticos de Trump, também entraram na brincadeira. O comitê da Câmara dos Representantes para Serviços Financeiros publicou: “Nem todos os heróis usam capas”, em referência ao invasor.

As imagens supostamente foram exibidas em uma TV do refeitório (Twitter/@rmc031).
O incidente ocorre em um momento delicado para Musk e Trump. O bilionário comanda o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado para reduzir custos e cortar cargos públicos. Recentemente, Musk enviou um e-mail polêmico a funcionários federais, exigindo que enviassem uma lista de cinco metas cumpridas na semana — sob ameaça de demissão caso ignorassem o pedido. A Casa Branca reiterou que o cargo de Musk é voluntário e que ele “não tem autoridade formal para decisões governamentais”, mas o próprio Trump elogiou a abordagem, dizendo que havia “muita genialidade” na ideia.
Enquanto as investigações sobre o deepfake avançam, o episódio reacendeu debates sobre os riscos da inteligência artificial e a vulnerabilidade de sistemas governamentais. Especialistas em segurança cibernética alertam que ataques como esse podem se tornar mais frequentes, exigindo investimentos urgentes em proteção digital. Por enquanto, o vídeo continua circulando online, misturando humor, polêmica e um alerta sobre os limites da tecnologia.