Condenado à morte que assassinou duas pessoas tem palavras finais perturbadoras para as famílias das vítimas antes de ser executado

por Lucas Rabello
3,9K visualizações

Na tarde de 13 de fevereiro de 2024, Richard Lee Tabler, de 46 anos, foi executado por injeção letal na penitenciária estadual de Huntsville, no Texas. O caso, que chocou o estado há quase 20 anos, ganhou um capítulo final com as últimas palavras do condenado, dirigidas às famílias de duas de suas vítimas.

Tudo começou em 2004, durante o feriado de Ação de Graças. Tabler, então com 26 anos, atraiu Mohammed-Amine Rahmouni, de 28 anos, e Haitham Zayed, de 25, para uma área isolada perto de Killeen. Os dois homens foram mortos a tiros dentro de um carro. Rahmouni, gerente do clube de strip TeaZers, onde Tabler trabalhava, havia expulsado o funcionário do estabelecimento pouco antes do crime. Testemunhas relataram que Tabler arrastou Rahmouni para fora do veículo e disparou novamente, enquanto um amigo registrava a cena em vídeo.

Além dos dois homicídios, Tabler confessou ter matado Tiffany Dotson, de 18 anos, e Amanda Benefield, de 16, também funcionárias do clube. Segundo ele, o motivo seria o medo de que as jovens revelassem seu envolvimento nos crimes. Anos depois, ele negou a autoria das mortes das adolescentes e nunca foi formalmente acusado por esses casos.

Tabler foi executado no Texas.

Tabler foi executado no Texas.

Condenado à pena de morte em 2007, Tabler passou quase duas décadas lutando contra a sentença, mas em dezembro de 2023 pediu para interromper os recursos. Em carta ao Tribunal de Recursos Criminais, escreveu: “Passei os últimos 20 anos nos tribunais e não vejo sentido em desperdiçar mais tempo”. A defesa questionou sua sanidade mental após duas tentativas de suicídio na prisão, mas autoridades judiciais consideraram o pedido válido.

Minutos antes da execução, Tabler, deitado na maca da câmara de execução, dirigiu-se aos familiares de Rahmouni e Zayed, que assistiam atrás de um vidro: “Não há um dia em que eu não me arrependa das minhas ações. Não tinha direito de tirar seus entes queridos. Peço, rezo e espero que um dia encontrem em seus corações o perdão”. Ele também agradeceu aos funcionários da prisão por “permitirem que mostrasse mudança” e declarou amor a familiares e amigos. Às 18h38 (horário local), foi declarado morto.

O caso gerou debates sobre redenção e justiça. Claudia Van Wyk, do Projeto de Pena de Capital da ACLU, destacou em comunicado que Tabler “não era a mesma pessoa de 20 anos atrás”, transformando-se em “mentor e exemplo de apoio” para outros presos. Já Tom Newton, padrinho de Tiffany Dotson, presente na execução, afirmou: “Hoje é por Tiffany. Isso é justiça”.

Apesar das últimas palavras de Tabler, as famílias das vítimas seguem com perguntas sem resposta, especialmente sobre os assassinatos não julgados. O Texas, estado que mais executa nos EUA desde 1976, mantém sua posição firme em casos de homicídio capital, mesmo diante de histórias complexas como a de Tabler — um homem que, nas palavras de Van Wyk, “teve a transformação interrompida pela morte”.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

Você não pode copiar conteúdo desta página