Na madrugada de 31 de agosto de 1997, um acidente de carro em Paris chocou o mundo. A morte de Diana, Princesa de Gales, tornou-se um marco trágico na história moderna. Quase três décadas depois, os detalhes daquela noite ainda ecoam, especialmente pelas palavras de Xavier Gourmelon, um dos bombeiros que resgatou Diana dos escombros. Ele revelou que as memórias daquela cena nunca o abandonarão.
A Corrida Contra o Tempo no Túnel de Alma
Tudo começou quando Diana e Dodi Fayed, filho do empresário Mohamed Al-Fayed, tentavam escapar dos paparazzi em Paris. O casal deixou o Hotel Ritz pela saída traseira, usando um carro blindado Mercedes-Benz S 280, dirigido por Henri Paul, chefe de segurança do hotel. Um veículo “isco” partiu primeiro para despistar os fotógrafos, mas a estratégia falhou. Testemunhas relataram que, dentro do túnel Pont de l’Alma, o carro foi cercado por paparazzi.
Henri Paul, que mais tarde foi apontado como intoxicado por álcool e medicamentos, perdeu o controle do veículo. O Mercedes colidiu com outro carro, bateu em um pilar de sustentação do túnel, girou e atingiu uma parede de pedra. O impacto foi devastador: Dodi Fayed e Henri Paul morreram no local. Trevor Rees-Jones, guarda-costas da família Fayed, sobreviveu com ferimentos graves. Diana, sentada no banco traseiro sem cinto de segurança, ficou presa entre os destroços.
A Princesa Diana morreu no trágico incidente em Paris no dia 31 de agosto de 1997.
As Últimas Palavras de Diana
Xavier Gourmelon, então com 28 anos, integrava a equipe de bombeiros que chegou ao local minutos após o acidente. Em entrevistas anos depois, ele contou que a cena era caótica: vidros quebrados, metal retorcido e silêncio interrompido por gritos de socorro. Gourmelon e sua equipe não sabiam que uma das vítimas era a princesa mais famosa do mundo.
Ao se aproximar do carro, ele encontrou Diana inconsciente. Enquanto a retirava dos destroços, ela acordou de repente. “Ela me olhou e disse: ‘Meu Deus, o que aconteceu?’”, relatou Gourmelon. A princesa parecia agitada, mas o bombeiro tentou acalmá-la. Momentos depois, ela desmaiou novamente.
Os socorristas a colocaram em uma maca e iniciaram os primeiros socorros. Gourmelon lembra que, durante o transporte, Diana sofreu uma parada cardíaca. A equipe fez reanimação cardiopulmonar (RCP) por 20 segundos, e ela recuperou os batimentos. “Naquele momento, pensei que ela sobreviveria”, confessou o bombeiro.
Diana e Dodi estão parcialmente visíveis atrás de Rees-Jones e Paul em uma imagem tirada pouco antes do acidente.
Do Túnel ao Hospital: A Batalha Final
Diana foi levada ao hospital Pitié-Salpêtrière, mas suas lesões internas eram graves. Duas horas após o resgate, ela teve outra parada cardíaca. Desta vez, os médicos não conseguiram reanimá-la. A princesa morreu aos 36 anos, deixando o mundo em luto.
Gourmelon só descobriu a identidade da vítima quando um paramédico comentou: “Você sabe que era a Princesa Diana?”. O choque foi inevitável. “Fiquei muito abalado quando soube”, admitiu. Anos depois, ele ainda descreve a cena com clareza: “As lembranças daquela noite vão ficar comigo para sempre”.
Legado e Controvérsias
O acidente gerou investigações intensas. Na França, autoridades concluíram que Henri Paul foi o principal responsável, por dirigir embriagado e em alta velocidade. Já um inquérito britânico apontou que a perseguição dos paparazzi contribuiu para a tragédia, classificando a morte como “homicídio culposo”.
O caso também reacendeu debates sobre o assédio da mídia e a segurança de figuras públicas. Diana, conhecida por sua luta por privacidade, tornou-se um símbolo dessa discussão. Curiosamente, Trevor Rees-Jones, único sobrevivente, não lembra detalhes do acidente devido a um traumatismo craniano.
Quase 30 anos depois, perguntas não respondidas ainda alimentam teorias. Mas o relato de Xavier Gourmelon oferece um vislumbre íntimo dos últimos momentos de Diana — uma história de coragem, humanidade e uma noite que mudou para sempre a história da realeza.
