Na noite de 29 de janeiro, um acidente aéreo devastador chocou os Estados Unidos. Por volta das 21h, um avião da PSA Airlines, empresa parceira da American Airlines, colidiu no ar com um helicóptero Black Hawk do Exército americano. O voo 5342, que transportava 60 passageiros e quatro tripulantes, aproximava-se do Aeroporto Ronald Reagan, em Washington D.C., quando o desastre ocorreu.
Os destroços de ambas as aeronaves caíram no Rio Potomac, desencadeando uma operação de resgate que rapidamente se transformou em missão de recuperação. Todas as 64 pessoas do avião e as três do helicóptero foram consideradas mortas.
Entre as vítimas estão Justyna Beyer, de 42 anos, e sua filha Brielle, de 12. A família retornava à capital após participar do Acampamento Nacional de Desenvolvimento da Patinação Artística dos EUA. Brielle, que havia superado um câncer ainda bebê, era descrita pelo pai, Andy Beyer, como uma “lutadora” que vivia cada momento com intensidade. “Ela estava tão orgulhosa do progresso na patinação. Fazer parte da equipe nacional era um de seus maiores objetivos, e ela conseguiu”, contou Andy em entrevista à ABC News.
O acidente ganhou contornos ainda mais pessoais quando Andy revelou os momentos de angústia que antecederam a confirmação da tragédia. Ele estava a caminho do aeroporto com o filho de 6 anos para buscar a esposa e a filha quando percebeu que algo estava errado. “O avião deveria ter pousado, mas não havia sinal delas. As mensagens não chegavam”, explicou. A presença de equipes de emergência no local aumentou o temor, e um amigo controlador de tráfego aéreo confirmou o pior: as duas aeronaves haviam colidido.
Andy relatou que, naquele momento, já não tinha esperanças. “Choramos muito ali mesmo, mas tivemos que seguir para a sala de espera das famílias. Só horas depois veio a confirmação oficial.” A dor da perda foi amplificada pela história de superação de Brielle. Diagnosticada com câncer aos 2 anos, ela enfrentou tratamentos agressivos e, segundo o pai, carregava a mesma determinação na patinação e na vida. “Ela não deixava nada a desejar. Era cheia de energia e coragem”, destacou.
A comoção gerada pelo caso levou amigos da família a criarem uma vaquinha virtual para apoiar Andy e o filho mais novo. A página do GoFundMe descreve Brielle e Justyna como “luzes” cuja ausência deixa um vazio impossível de preencher. Até agora, a campanha já arrecadou mais de US$ 200 mil, mostrando o impacto da história além das fronteiras locais.
Enquanto isso, as equipes de busca continuam trabalhando no Rio Potomac para recuperar corpos e destroços. Autoridades investigam as causas da colisão, um evento considerado extremamente incomum em rotas aéreas próximas a grandes centros urbanos. Especialistas apontam que a região de Washington D.C. possui sistemas rigorosos de controle de tráfego, o que torna o acidente ainda mais surpreendente.
O voo 5342 fazia a rota Charlotte-Washington D.C., comum para conexões domésticas. Já o helicóptero Black Hawk, modelo usado em operações militares e de resgate, realizava um treinamento de rotina. Ainda não há informações sobre como as duas aeronaves entraram na mesma trajetória.
Enquanto as investigações seguem, a história de Brielle e Justyna permanece como um símbolo das vidas interrompidas pela tragédia. Para Andy, o legado da filha está nos momentos de força e alegria que ela deixou. “Ela me ensinou que cada dia é uma chance de vencer”, disse. Agora, ele enfrenta o desafio de reconstruir a vida ao lado do filho pequeno, carregando a memória de quem transformou desafios em inspiração.