Última postagem de atleta dentro de avião momentos antes da queda nos EUA

por Lucas Rabello
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Na noite de 29 de janeiro, um acidente aéreo chocou os Estados Unidos após um avião comercial da American Airlines colidir com um helicóptero militar Black Hawk sobre Washington DC. O desastre, que ocorreu durante a aproximação do voo 5342 ao Aeroporto Ronald Reagan, resultou em uma operação de busca complexa e em uma crescente contagem de vítimas. Até o momento, autoridades confirmaram a recuperação de 28 corpos do Rio Potomac, mas estima-se que mais de 60 pessoas tenham perdido a vida.

O Momento da Colisão

O voo 5342, operado pela American Airlines, partiu de Wichita, no Kansas, com destino à capital americana. Por volta das 19h (horário local), o piloto iniciou os procedimentos de pouso na pista 33 do aeroporto Reagan. Testemunhas relataram ter visto o avião comercial e o helicóptero militar, que sobrevoava a região em uma rota padrão, colidirem no ar. O impacto fez com que ambas as aeronaves caíssem no Rio Potomac, próximo à ponte Memorial, gerando uma explosão seguida de incêndio.

Equipes de resgate, incluindo bombeiros, mergulhadores e agentes federais, foram acionadas imediatamente. A busca por sobreviventes, no entanto, foi interrompida menos de 24 horas depois. Em coletiva de imprensa no dia 30 de janeiro, o chefe do Corpo de Bombeiros de DC, John Donnelly, declarou: “Estamos mudando de uma operação de resgate para uma operação de recuperação. Não acreditamos que haja sobreviventes”.

Vítimas e Histórias Pessoais

Entre os passageiros do voo 5342 estava Spencer Lane, de 26 anos, integrante da seleção nacional de patinação artística dos EUA. Horas antes do acidente, ele postou uma foto nas redes sociais mostrando a asa do avião de seu assento próximo à janela, com a legenda “ICT -> DCA” — os códigos aeroportuários de Wichita e Washington. A imagem, agora vista como um último registro, comoveu o público.

A última postagem de Spencer Lane antes do acidente com o avião da American Airlines (Spencer Lane).

A última postagem de Spencer Lane antes do acidente com o avião da American Airlines (Spencer Lane).

Lane não estava sozinho. Outros membros da equipe de patinação, incluindo jovens promessas que treinavam para as próximas Olimpíadas de Inverno, também estavam a bordo. O grupo retornava a Washington após participar de um campo de desenvolvimento nacional em Wichita, organizado para atletas em ascensão. A notícia da tragédia abalou a comunidade esportiva, com federações e colegas prestando homenagens às vítimas.

Investigação e Perguntas Sem Respostas

As causas do acidente ainda são desconhecidas. Autoridades destacaram a importância das caixas-pretas do avião e do helicóptero para reconstruir os minutos finais antes da colisão. Sean Duffy, secretário de Transportes dos EUA, afirmou que ambas as aeronaves seguiam rotas consideradas “padrão” para a região. Helicópteros militares, como o Black Hawk, frequentemente sobrevoam o rio durante missões de treinamento ou transporte, enquanto aviões comerciais seguem corredores aéreos definidos para pousar no movimentado aeroporto Reagan.

A declaração de Duffy gerou questionamentos: se as rotas eram compatíveis, por que os sistemas de controle de tráfego aéreo não evitaram o choque? O presidente Donald Trump amplificou a polêmica em uma publicação na rede Truth Social, criticando a torre de controle e a tripulação do helicóptero: “O avião estava em uma linha de abordagem perfeita. O helicóptero seguiu em direção a ele por um tempo prolongado. Era uma noite clara, as luzes do avião estavam acesas. Por que o helicóptero não subiu, desceu ou virou?”.

Os esforços de resgate continuaram até hoje desde que o acidente ocorreu.

Os esforços de resgate continuaram até hoje desde que o acidente ocorreu.

Resposta da American Airlines e Autoridades

Robert Isom, CEO da American Airlines, viajou para Washington com uma equipe de especialistas para auxiliar nas investigações. Em comunicado, ele expressou solidariedade às famílias das vítimas e reforçou que a empresa cooperará com as autoridades. “Este é um dia difícil para todos nós. Nossos esforços agora estão totalmente focados nas necessidades dos passageiros, tripulantes, familiares e equipes de emergência”, disse.

Enquanto isso, as operações no Aeroporto Ronald Reagan foram parcialmente retomadas, mas o acesso à pista 33 permanece bloqueado. Mergulhadores continuam vasculhando o Rio Potomac em busca de corpos e destroços. O avião, segundo Duffy, está dividido em três partes, o que complica a localização de restos mortais.

O Que Esperar dos Próximos Dias

A prioridade das autoridades é concluir a recuperação dos corpos e identificar todas as vítimas. Paralelamente, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) assumiu a liderança da investigação técnica. Especialistas analisarão dados de radar, gravações de comunicação entre pilotos e torre, além dos registros das caixas-pretas.

Ainda não há prazo para conclusão do relatório final, mas a pressão pública por respostas é crescente. Enquanto isso, familiares das vítimas aguardam notícias em um centro de apoio montado pelo governo local. A tragédia, uma das mais mortais da história recente da aviação americana, deixou marcas profundas — não apenas nas águas do Potomac, mas na memória de uma nação.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.