Donald Trump ordena que Elon Musk ‘vá buscar’ astronautas da NASA que foram ‘abandonados’ no espaço há mais de 6 meses

por Lucas Rabello
4,2K visualizações

Em 5 de junho de 2024, a NASA lançou a cápsula Starliner Calypso, desenvolvida pela Boeing, em uma missão de oito dias para levar os astronautas Sunita “Suni” Williams e Barry “Butch” Wilmore à Estação Espacial Internacional (ISS). O plano era simples: uma viagem de ida e volta, com retorno marcado para 14 de junho. No entanto, mais de seis meses depois, os dois ainda estão no espaço — e o imprevisto gerou até intervenção política.

Tudo começou quando a Starliner Calypso se aproximava da ISS. Durante as manobras finais, os propulsores da cápsula apresentaram mau funcionamento. A NASA imediatamente avaliou os riscos e concluiu que não seria seguro trazer os astronautas de volta à Terra na mesma nave. O retorno, previsto para junho, foi cancelado.

A solução inicial foi remarcar a volta para setembro de 2024, utilizando a espaçonave Crew Dragon, da SpaceX, como parte da missão Crew-9. Porém, em uma atualização publicada em seu blog oficial, a NASA anunciou um novo ajuste: os astronautas só retornariam em março de 2025, com a missão Crew-10. A justificativa foi a necessidade de preparar uma nova cápsula Dragon, que chegaria às instalações da SpaceX na Flórida em janeiro de 2025 para testes finais.

Donald Trump pediu a Elon Musk que ajude (Truth Social/ Donald Trump/ Twitter/ Elon Musk).

Donald Trump pediu a Elon Musk que ajude (Truth Social/ Donald Trump/ Twitter/ Elon Musk).

O adiamento chamou a atenção de figuras públicas. Na noite de 28 de janeiro de 2025, o ex-presidente Donald Trump usou sua plataforma Truth Social para acusar o governo Biden de ter “virtualmente abandonado” os astronautas. Em uma publicação, ele afirmou: “Acabei de pedir a Elon Musk e à SpaceX que ‘vão buscar’ os dois bravos astronautas. Eles esperam há meses na Estação Espacial. Elon logo estará a caminho. Espero que todos fiquem seguros. Boa sorte, Elon!!!”. Horas depois, Musk compartilhou a mensagem no Twitter (atual X) com um emoji de saudação militar.

A NASA, por sua vez, respondeu às críticas explicando que a decisão de adiar o retorno para março de 2025 não foi por negligência. Em comunicado, a agência detalhou que diversas opções foram avaliadas, incluindo o uso de outras cápsulas Dragon e ajustes no cronograma de missões. “Após análise cuidadosa, concluímos que o lançamento da Crew-10 em março permite cumprir os requisitos de segurança e os objetivos da estação espacial para 2025”, afirmou o texto.

Butch Wilmore, comandante da missão, e Suni Williams, piloto

Butch Wilmore, comandante da missão, e Suni Williams, piloto

Enquanto isso, Williams e Wilmore seguem na ISS, onde realizam atividades rotineiras de pesquisa e manutenção. A dupla já acumula mais de 200 dias no espaço — bem além dos oito originalmente planejados. A NASA reforçou que a extensão da estadia não representa risco imediato, já que a estação possui suprimentos suficientes e sistemas de apoio vitais.

O caso mistura desafios técnicos, planejamento espacial e até tensões políticas. A Starliner, da Boeing, é parte do programa de parcerias comerciais da NASA, que também inclui a SpaceX. A falha da cápsula colocou em evidência a importância de ter múltiplos veículos disponíveis para missões críticas. Enquanto a Boeing trabalha para resolver os problemas técnicos, a SpaceX se prepara para mais um voo que, agora, tem data marcada e holofotes extras.

Por enquanto, a bola está com a Crew-10. Se tudo correr conforme o planejado, Williams e Wilmore finalmente pisarão na Terra no fim de março — quase dez meses após o início daquela que deveria ser uma rápida viagem de oito dias.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.